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quinta-feira, 3 de abril de 2008

cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada...

já que, para algumas pessoas, o texto que segue é a coisa mais engraçada que eu já escrevi na vida (discordo), eu resolvi postá-lo aqui. afinal, recordar é viver.

dedico este post a irmã e a ferris bueller.

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tudo começou quando eu, dona de uma cabeleira cacheada, em fase de crescimento (passando de “médio” para “comprido”, mas na fase “cabelo satânico”), resolvi usar um secador de cabelo para ajeitar a franja. enrolei a escova numa mecha, liguei o secador e... descobri que a escova estava presa no meu cabelo. grudada. não soltava. não se movia. parecia que fazia parte do meu organismo desde sempre.

liguei para pessoas que poderiam já ter tido este problema. todas tiveram crises de riso histérico e foram de nenhuma ajuda. entrei no chuveiro e entupi o cabelo de condicionador. minha roomate chegou em casa e me encontrou sentada na sala, tirando fio por fio, sendo que eu tirava um, o seguinte partia... nesse ritmo, eu iria ficar careca do lado esquerdo da cabeça. ela me convenceu a ir num salão, e, como já eram 9 horas da noite, resolvemos ir ao shopping, onde o salão ainda estava aberto. fiz um rabo de cavalo e sai de casa com esse magnífico adorno capilar. entrei no táxi, o motorista me cumprimenta ”oi, ju, tudo bem?” e eu respondo “na verdade, tem uma escova presa no meu cabelo”. ele entrou em desespero e fez a corrida mais rápida do universo até o shopping iguatemi. acho que nem que eu estivesse com contrações de parto teria sido tão rápido.

chego no iguatemi (reduto de luxo e riqueza de são paulo) e entro triunfal, escova presa, tentando ignorar os olhares embasbacados das pessoas. um cidadão, ao passar por mim, não se conteve, virou para olhar direito e se bateu numa pilastra! (bem feito, por sinal)

entro no salão, a atendente, sem olhar para minha cara, pergunta “escova?”. minha amiga diz “sim, e está presa”. isso comocionou todo o staff! me mandaram sentar e, 30 minutos de labuta de um cabeleireiro e sua assistente conseguiram remover o indesejado objeto (que foi jogado fora lá mesmo).

chego em casa e o porteiro diz “voltou cedo!”, e eu respondo, incrédula “seu genildo, eu fui ao salão tirar uma escova que ficou presa no meu cabelo!”. a resposta? “ah, eu pensei que era um penteado”... e eu é que sou fashion descontrol?

5 comentários:

Moët disse...

Quero ser blasé que nem o Seu Genildo.

très julie disse...

blasé é o novo lerdo.

Anônimo disse...

Só tenho a dizer que não consigo fazer nenhum comentário inteligente neste momento, pois estou ocupada passando mal de rir! Toda vez que leio essa história (com todo jeito de 'estória') ela tem o mesmo efeito sobre minha pessoa.
Não só essa é a melhor história que vc já escreveu, como provavelmente a melhor que já vivenciou!
(preciso pegar um lenço para enxugar as lágrimas de tanto rir)

Anônimo disse...

E, só para constar:
marcador "aconteceu comigo" ???
"eidis??? o senhor quer dizer que eu estou com eidis???"

très julie disse...

ai, adoro quando as pessoas entendem as minhas referências! "AIDS: aconteceu comigo", um clássico do cinema em casa SBT, do tempo em que as pessoas nem sabiam falar AIDS em português.
e eu queria dizer que NADA nessa história é inventado: os diálogos realmente aconteceram como transcritos, e eu realmente saí de casa com uma escova presa do lado da cabeça.