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sábado, 5 de julho de 2008

music makes me lose control

tenho observado como ouvir música é uma coisa necessária para a minha felicidade. assim, eu já sabia, mas não tinha noção do quanto era importante até voltar pra salvador e ter que alterar toda uma série de hábitos (ouvir música o dia todo, andando pela casa, sem ter que me preocupar com os coleguinhas), além de passar um tempo sem rádio no carro e tals.

existem pessoas que conseguem ser comedidas na pista de dança. ficam fazendo aquele passinho para-um-lado-para-o-outro, e conseguem dançar adequadamente em festas do trabalho. também conseguem dançar com um pretê sem que o cara tenha vergonha, ou queira sair da pista de dança. se elas são felizes fazendo isso, são outros quinhentos... e eu?

eu me toquei que eu não danço, eu faço performance. vocês já devem imaginar a bagaceira no caminho da feira, né? como, performance? assim: começa a tocar alguma música muito muito empolgante. se tiver histórico de ter sido de alguma gincana ou de ter sido coreografada na adolescência, melhor (pior?). vamos pegar, para exemplo, i will survive. aí eu começo a DUBLAR a música (alguém aí pensou em priscilla a rainha do deserto? you got the point), como se estivesse num palco, andando e dançando. e fica pior: os transeuntes amigos que estejam por preto são imediatamente encaixados na marcação cênica que está se desenrolando na minha mente. e sim, eu fiz isso numa festa do trabalho, ano passado. e não, eu não vou culpar o álcool. blame it to the boogie.

eu juro que uma vez estava num bar dançante em são paulo e um menino que estava paquerando minha prima disse "eu vou convidar sua prima pro meu aniversário. preciso de alguém pra animar a festa". assim, eu praticamente uma drag queen fêmea.

pode ser pior: usar controle remoto como microfone e ficar dançando no quarto, com 31 anos? opa, presente (mas só em casa)! dançar no carro? eu! relembrar passos da jazz dance na pista, numa festa de casamento? aqui! cantar total eclipse of the heart num videokê fazendo uma coreografia estilo "o amor e o poder" (mãos e cabelón e mergulho)? já fiz (e ainda consegui pegar um menino no mesmo churrasco, as pessoas são loucas).

ontem eu comprovei que se estiver ouvindo alguma coisa, sou capaz de ignorar o cansaço. levei o iPod pra cadimia, o carinha me botou de castigo por ter faltado quase a semana toda pra fazer 20 minutos de transport, e de repente eu estava subida lá ouvindo don't stop till you get enough, mega a fim de fazer a viradinha na parte "vídeo show" da música (oi, eu tava em cima do transport?). sendo que sábado passado eu estava num casamento onde eu conhecia os noivos - não dá pra contar com eles - e mais dois amigos homens, um dos quais estava enchendo a cara e o outro, tirando fotos do evento, essa música começou e eu fui pra pista de dança SOZINHA.

ontem já arrumei uma capinha de braço pro menino iPod, e hoje levei de novo. vejam o histórico de meus pensamentos durante a atividade física:

subo no transport. começa yo la tengo (don't worry kyoko), passo. passo sly and the family stone (runnin' away), passo prince (cream), passo nina simone (i wish i know how), passo carla bruni (la noyee), deixo happy when it rains, do jesus and mary chain, e fico viajando que alguém devia montar uma academia para os roqueiros do meu brasil-il-il, só com coisas energéticas nessa linha. passo los hermanos (samba a dois, isso é pra fazer yoga e olhe lá), deixo the bellrays (third time's the charm), pulo meu-nome-é-gal cantando sebastiana. pulo sly and the family stone (de novo) cantando i get high on you, pulo sonic youth (gasp!) porque não dá pra se animar ouvindo theresa's sound world, pulo blur (tender), ouço pipettes cantando dirty mind, ouço shampoo cantando trouble (alguém fora eu ainda se lembra dessa música? oh oh, we're in trouble..."), pulo pixies (dig for fire), e eis que começa ele. michael jackson. cantando thriller. e eu começo a pedalar no ritmo, ignorando que eu não sou um queniano com coração de criança hiperativa/beijaflor, e sim ex-adolescente dançarina de jazz, ex fumante e ex magra. aí eu fico super querendo fazer toda a coreografia (imaginem a cena: a pessoa desce do transport e começa a fazer os passos, no melhor estilo "de repente trinta" sendo que, hello? de walkman o resto do mundo não está ouvindo a trilha sonora?). aí vem o carinha medir os batimentos e eu estou a 165, que nota? aí começa wagon wheel, de lou reed, e eu começo a me sentir o trenzinho subindo a ladeira e querendo morrer mas lá, firme (porque senão quando ele mandar aumentar pra 25 minutos, eu tô frita e lascada). e aí começa true blue e só faltam 3 minutos e eu consigo encerrar e saio correndo e fico monopolizando o bebedouro aproveitando para respirar, que faz bem.

massa, então vamos pra esteira, né? uma coisa relaxante após escalar uma montanha imaginária. continuo nessa de passar o que não dá aquela motivação, acabo ouvindo o resto de true blue, os blues brothers cantando jailhouse rock, outfield cantando your love (diretamente dos anos 80), tenho meu momento roqueiro fitness ouvindo rudie can't fail, do clash e smart dogs, do kula shaker e aí começa mika cantando love today, e eu super fico imaginando um clipe e marchando na esteira (inclusive, temerariamente, aumentando a velocidade pra ir no ritmo da música), além que querer me metamorfosear num roqueiro esquálido de legging e blusinha beesheenha suruca. ah, eu também estou dublando a música. vamos de bizarre love triangle do new order e, para fechar com chave de ouro, começa... i'm too sexy, do right said fred (surtando, surtando!). imediatamente, não me perguntem COMO, eu começo a desfilar na esteira, na mesma velocidade de antes. mas juro, tô lá me achando giselle, lembrando das dicas de padre sílvio dizendo que ela exagera, shakin'g my tush on the catwalk, e até sinto que a esteira está ficando mais lenta acompanhando o ritmo. imaginação e música, que dupla, hein?

bom, a esteira estava MESMO ficando mais lenta, já que após 30 minutos, ela entra no cooldown period e diminui a velocidade pra pessoa não sair de lá correndo e desmaiar na sala. mas juro que eu fiquei com medo de que estivesse assim, poderosa, conseguindo as coisas com a força do pensamento.

sabem aquele cientista russo, pavlov, que fez aquela experiência do reflexo condicionado cachorro - campanhia - salivação? é mais ou menos por aí comigo: dependendo da música que toca eu PRE-CI-SO dançar. e junto com isso vem o que eu vi descrito lindamente numa comunidade do orkut como "encosto de chacrete":

"Você sente que purpurinas e paetês tocam profundamente a sua alma??
Ao escutar uma música boa seu primeiro impulso é puxar uma coreografia??
Quando encontra um maiô dourado numa loja do Saara, seus pêlos logo se arrepiam??
No carnaval você sente que tudo isso vem à tona com maior intensidade??
Sejamos sinceras, minha amiga, gatinha, camofa, gata-garota:
Tens um encosto de Chacrete!!!
Só uma Chacrete entende outra. Junte-se a nós nessa saga iê-iê-iê na discoteca.
Vamos resgatar a Teresinha e devolve-la seu cetro de abacaxi e seu trono na cultura popular brasileira."

pois é, eu me identifiquei e entrei. quem quiser, que me siga.

UPDATE: acho que o meu prêmio nobel na categoria performances sem noção foi estar numa micro festa no apê no rio de janeiro, com pessoas que eu conhecia bem pelo msn, mas tinha acabado de conhecer ao vivo, começar a tocar thriller (não é que tenha sido do além. era um cd que eu tinha gravado para levar para a festa, notem a premeditação e a má intenção) e eu ter começado a ORGANIZAR AS PESSOAS para fazermos a coreografia (eu na frente, vocês atrás, todo mundo pegando o passinho). e eu não tinha visto "de repente, trinta" ainda, ok? o melhor é que mesmo depois deste momento as pessoas continuaram gostando de mim e querendo me encontrar nas minhas idas ao rio de janeiro, ainda bem.

8 comentários:

Anônimo disse...

Gente, eu tenho tanta coisa pra escrever que, pra variar, o comentário ficará tão grande quanto o post.

Vamos lá? Um, dois...

Bem, tenho uma tendência a fazer isso sempre que ouço músicas da Madonna. Alguns aBiguinhos já tiveram o prazer INENARRÁVEL de presenciar minha performance BLONDE AMBITION pra Like a Virgin. Material Girl eu sempre abstraio o fato que estou numa balada e fico fazendo aquela cara blasè e ocupo mais espaço que deveria. E VOGUE, me diga, E VOGUE? Com suas várias coreôs, minha preferida é a dos leques. Minha última performance foi Holiday, na versão Drowned World Tour.

Fora da balada, também apronto dessas. Agora que voltei a andar de ônibus, ouço música o trajeto todo. Tanto no PONTO, quanto na parte de caminhada, às vezes toca Nobody Knows Me. Estamos organizando uma CARAVANA pra ir ao Shopping Müller, aqui em Curitiba, pra fazer um uso mais animadinho pr'aquela esteira tosca. Quem viu a performance da Re-Invention, sabe do que estou falando.

Juliana, você, CLARO, não está só. Ah, também me lembro de Trouble. Que, se não estou enganada, foi parte da trilha sonora de alguma novela.

Meu objetivo agora é a coreografia de Hanky Panky. Quem quiser, que NOS siga =P.

paula disse...

Junte-se aos bons. Várias músicas me deixam fora de controle. Certeza é tocar qualquer coisa dançante da pedra. Sim, "rock sounds" me tiram do prumo. Basta ter um tambor que eu tô me movendo, e não é discreto.

Princesa Barbie disse...

menina, mas que post delícia. eu faço tudo isso. e tenho amigos que se escondem na pista, pode?
e olhe, eu me lembro das shampoo E de suas serras elétricas.
nós REALMENTE temos encosto de chacrete.

Anônimo disse...

Batuta o nome do blog!! :)

Anônimo disse...

me diverti horrores com esse post, horrores.

Poli disse...

sendo que grande parte dessas surtações coreográficas me incluem também
ps: vide preparativos para o casorio... (tudo desculpa para ter vááááárias coreografias...)

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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