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sexta-feira, 30 de maio de 2008

freud explica?

eu já adiantei num dos comentários que eu tive uma barbie ruiva, roqueira e new wave. e a "nossa" barbie comentarista percebeu que eu tinha virado ela.

sabem que eu já tinha, há tempos atrás, feito esta reflexão? e só tenho a agradecer a mamãe e papai, por motivos diferentes.

a mamãe porque sugeriu que eu pedisse a papai, que ia aos estados unidos - pausa digressiva: isso era em meados dos anos 80. e, apenas para lembrar aos amiguinhos jovens, tipo carol nega, só abrimos as portas do país para importados, salvo engano, em 92 (fernando collor tinha que ter feito algo de bom). antes disso, as pessoas eram capazes de se matar por batatas pringles (que não são batatas fritas de verdade, e sim salgadinhos de batata, passaram anos enganando a gente) ou qualquer coisa que viesse de fora. a ponto de, quando eu fui pra disney, eu trazer tênis, moleton, um saco de batata ruffles sabor onion & sour cream que era do tamanho de um saco de ração para são-bernardos e (ai, vergonha) modess. sim, absorventes, só porque eles vinham enrolados um a um e isso era MUITO prático para levar ao colégio "naqueles dias", já que ir ao banheiro de bolsa era passar atestado de menstruada, e os porta-absorventes eram coisas medonhas de tecidos estampados cafonas, ou pRástico acolchoado, e do tamanho de um talão de cheques. de forma que as pessoas traziam MODESS de fora só por causa da vantagem do embrulho individual, dá pra crer? saindo da pausa digressiva - para uma convenção de trabalho ou algo do gênero, uma barbie "diferente". segundo ela, lá não era como no brasil, onde havia apenas barbies louras (mentira, porque a minha primeira tinha um cabelo castanho com mechas loiro branco que devia ser considerado chiquérrimo, e hoje é apenas bizarro), e eu podia escolher outra diferente, como uma barbie branca de cabelo preto, por exemplo. e foi o que eu pedi, baseada num folheto onde vi uma linda barbie de longos cabelos pretos, lisos, pele branca e vestido azul claro (tá, era azul calcinha, eu assumo), de uma coleção cheia de laçarotes, e que, salvo engano, se chamava whitney.

a papai porque recebeu o pedido da barbie acima descrita e deus sabe como me trouxe uma barbie MORENA, de cabelo CACHEADO e RUIVO. e nada de vestido angelical azul calcinha. ela usava uma calça cigarrete de cetim rosa choque, uma frente única de lycra e renda amarelo limão, um casaco tipo um blazer camisão que era azul elétrico furta cor com debrun no mesmo tom rosa da calça, e vinha calçada com meinhas de renda amarelas combinando com a blusa e tamancos de salto finíssimo laranja neon. digamos que com aquela roupa ela era a garota propaganda da lumicolor.

ah, e o nome dela era DIVA. alguém quer comentar? se bem que ela virou bia em 2 segundos.

e ela era parte de uma banda, the rockers. então, tinha com microfone, vários discos e tal. era a cyndi lauper das barbies.

além dela, consigo lembrar de outros brinquedos ruivos aos quais eu fui mega apegada:

- o primeiro era um boneco que morava no meu quarto, imenso, quando eu tinha um ano. tenho a lembrança de ter passado boa parte da 1ª infância com a boca cheia de cabelos vermelhos que eram oriundos dele.

- a moranguinho, que eu sempre adorei, apesar de cabeçuda. tanto que eu tive uma da tradicional (aquela de touca, vestido, avental, etc) e outra "new generation", com o laçarote na cabeça. essa era dona da confeitaria (que era um morangão gigante), namorava com o atchim, dos 7 anões, e era parte da escola que foi tema de metade das brincadeiras de uma certa fase aqui em casa, que juntava as bonecas da coleção moranguinho, os 7 anões, os ursinhos carinhosos, os queridos pôneis, e eu e minha irmã como professoras. eram uns 40 bonecos. a gente tinha mania de fazer umas brincadeiras epopéicas que demoravam tanto pra arrumar todo mundo na posição que a gente terminava de deixar tudo como queria e simplesmente ia fazer outra coisa, porque não agüentava mais olhar pras bonecas. basta dizer que certa feita nós escrevemos as cartinhas que cada um desses personagens mandou para papai noel, cada uma pedindo um presente diferente e adequado. gente, o que são as férias na vida de duas crianças piás de prédio? ah, e detalhe, esses brinquedos MIGRAVAM para a casa de praia no veraneio. troféu bagos de ouro pra meu pai, hein?

- um dos queridos pôneis, que se chamava asinha rosa dos ventos (essa era a tatuagem anal deles - aliás, os ursinhos carinhosos e os pôneis todos curtiam essa vibe tatooo na bunda) e era branco com o cabelo vermelho, e eu achava ele o mais lindo de todos.

agora, é de se estranhar que desde 1996 eu pinte o cabelo de ruivo? ju-ro que já tentei voltar pra castanho algumas vezes, mas não consigo. não dura mais de um mês e eu começo a me achar apagada (embora viver sem pintar o cabelo seja muito mais prático). e eu tenho vários assuntos capilares pra dividir com os coleguinhas, mas isso vai ficar pra outro dia.

idéias para blogar

eu ando impressionada com a interação que está rolando na caixa de comentários. acaba sendo muito melhor do que o post em si - sem contar que dá idéias pra outros posts e tal.

na verdade, eu nem devia me espantar com isso, já que as pessoas costumavam/costumam fazer chat line no meu scrapbook. deve ser uma tendência minha, sei lá.

mas sabem? eu estava pensando em criar algo do gênero "promoção amiguinho da semana" (chamar de leitor é muito pedante), dando a chance do escolhido escrever um post aqui - e aí todo mundo poderia comentar e tal. não desenvolvi muito a idéia, mas quem sabe?

eu também pretendo, quando tiver material suficiente, fazer um post elegendo os melhores comentários que já foram feitos aqui. afinal, recordar é viver.

mas são idéias. o que vocês acham?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

iPodeando

gente, eu amei que o texto de mano wladimir virou uma grande conferência dos meus amiguinhos sobre assuntos de iPod. aliás, incrível que os assuntos mais comentados aqui foram: melissa e barbie (a boneca, embora a que me lê também faça bastante sucesso com seus comentários). e o iPod está entrando no páreo.

falando sobre ele, tenho que comunicar: people, eu comprei um iPod. quer dizer, meu pai comprou um pra mim, nos EUA (na verdade, ele encomendou e eu vou pagar, e vai ser entregue na casa de um colega de trabalho dele em miami, que depois levará para o méxico para entregar a ele. essa epopéia iPodística é quase o revival da novela américa). meu novo baby é um nano azul de 8 Gb, que custou 191 dólares no site da amazon (é mais barato que no próprio site da apple). em reais, com o dólar a 1,75 r$, ele sai por 335 pilas, o que é BEM razoável pra um mp3 de 8 Gb. se eu fosse comprar um sony ou algo do tipo aqui, ia sair esse preço, e a qualidade não é a mesma.

a outra opção era comprar um "la garantia soy yo", o que eu descartei. quem sabe um dia eu vá fazer essa graça no stand center ou na santa efigênia. pessoas como ana piii podem comprar o seu no paraguai e trocar por colares de contas e espelhinhos, de tão barato que sai.

devo receber a bagaça lá pelo dia 20/06. vai dar tempo de estar com meu pc de novo montado (que é onde estão as minhas músicas) e, se deus quiser, com o carro com som (som que toque iPod, claro). ah, o carro, que é a novidade 2, eu devo pegar essa semana ainda. diz a lenda que ele já chegou, mas sem seguro eu não arrisco nem tirar o plástico dos bancos.

deus me defenda, sair dirigindo por salvador (medo do trânsito daqui) após 8 anos andando de transportes públicos, táxis e caronas. ou deus defenda o carro. bom, tô pedindo uma proteção extensiva a transeuntes e outros objetos, também. assim, só pra garantir.

terça-feira, 27 de maio de 2008

plagiando o uol: mano vai ter um mano

hoje eu descobri que marisa monte está grávida de novo.

eu não sei se eu desejo que ela, dessa vez, escolha um nome normal pro guri/guria (mano wladimir é de fuder o cidadão), ou continue na tendência bizarra, porque assim, um não vai ficar com inveja do outro e teremos uma repetição do evento caim e abel.

para comemorar a notícia, vamos relembrar o texto "o primeiro aniversário de mano wladimir"?

A primeira festa de aniversário de Mano Wladimir
(Por Vladimir Cunha)

Mano Wladimir está tenso. No colo da mãe, Marisa Monte, ele ainda não conseguiu entender exatamente o que está se passando. Ao seu lado, Carlinhos Brown conversa com Wally Salomão, que cita uma poesia de Caetano Veloso, que dá um brigadeiro orgânico (sem chocolate e sem leite condensado) para Zeca, que leva um pito da mãe, Paula Lavigne. Mano Wladimir está tenso. É a sua primeira festa de aniversário.

“Criança sã/De uma rã/Guardiã/Eu sou seu fã/Na manhã/Aramaçã/Cunhã”.

A música infantil escrita por Arnaldo Antunes especialmente para a festa é a trilha sonora da dança das cadeiras. Nada da Turma da Mônica, nada de atores desempregados vestidos de Pikachu. Aqui a coisa é diferente. MM resolveu ser mãe em grande estilo e contratou a Companhia Bufa de Artes e Performances do Absurdo para animar a festa. Fantasiado de Ed Motta, um ator recita de trás para a frente toda a obra de Eça de Queiroz para algumas crianças. Do outro lado da sala, um grupo de clowns (sim, porque numa festa como essa é proibido ter palhaço) ensaia uma volta à posição fetal enquanto ostenta reproduções dos parangolés de Hélio Oiticica. Num canto, Carlinhos Brown dá uma entrevista para uma repórter da revista Bravo, escalada especialmente para cobrir o evento.

- E aí, Brown? Está feliz com o primeiro aninho do Mano Wladimir?

- É uma coisa da modernidade nagô, no que tange a referência espaço/tempo do ciclo da história humana. O cósmico supremo da realização superlativa, a poética da bioenergia enquanto motor da sublimação ótica. É onde o eu e o tu fundem-se na epiderme inconsciente.

- E o que você deu de presente para ele?

- Pensei na questão do pacifismo, na guerra como catalisador das emoções humanas ao mesmo tempo em que atrai e repudia o ser. A máquina ceifadora que gera vibrações orgônicas, que tangencia e descontinua a unidade solar dos povos.

- Como assim?

- Eu dei um boneco dos Comandos em Ação…

Enquanto as crianças não podem comer o bolo de cenoura, aniz e mel de cana - que traz estampado uma reprodução de O Abaporu, de Tarsila do Amaral, em sua cobertura - Marisa Monte serve a elas copos de suco de gengibre e balas de cravo da Índia. Até que Paula Lavigne tem a idéia de chamá-las para um karaokê.

Quem começa a brincadeira é Benedito Tutankamon Pedro Baby, cinco anos e filho de um dos roadies de Arnaldo Antunes, que canta O Avarandado do Amanhecer, de Caetano Veloso. Em seguida é a vez de Zabelê Tucumã Nhenhé Çairã, três anos e filha da empresária de Carlinhos Brown, que canta Ana de Amsterdã, de Chico Buarque. Ao saber que a próxima criança a cantar é a impronunciável Zadhe Akham Mahalubé Sinosukarnopatrionitnafilewathua, filha da copeira de Marisa Monte, Paula Lavigne acha melhor suspender o karaokê.

É hora do Parabéns a Você. Os convidados reúnem-se em torno da mesa. E então, Marisa Monte anuncia uma surpresa: quem irá cantar o Parabéns é Carlinhos Brown.

Brown, que andava meio sumido depois de sua entrevista para a Bravo, aparece vestido com um cocar feito de canudinhos de plástico, uma camisa de jornal e uma tanga de folhas de bananeira. Atrás dele, 315 percussionistas da Timbalada, um videomaker e quatro poetas marginais. Brown pega um garrafão de água mineral e começa a cantar sua versão para Parabéns a Você:

- Vim para cantar/A tropicália alegria de um povo/Azul, badauê, zumbi/Ela não me quer/Mas sou um tacle regueiro/Viva o divino samba de João/Monarco na rua/Meu bloco chegou.

Arnaldo Antunes se empolga e começa a recitar poesias descontroladamente, Marisa Monte gorgeia e improvisa algumas melodias, a Timbalada toca um samba-reggae, Paula Lavigne cai na farra e Caetano acha tudo “lindo”. O videomaker filma tudo e Wally Salomão escreve o release. Os poetas marginais aproveitam a confusão para roubar uns docinhos.

Um executivo de uma grande gravadora, que entrou de penetra, contrata todos os presentes e promete CD, DVD, livro, críticas favoráveis no New York Times, participação de David Byrne e especial de televisão. Para comemorar, Arnaldo Antunes põe um disco de Lupicínio Rodrigues. O ator vestido de Ed Motta cospe fogo. Marisa Monte lê Mário Quintana em voz alta.

Mano Wladimir chora. É a sua primeira festa de aniversário.

pior é que eu super imagino isso acontecendo de verdade.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

physical, physical...

crônica de uma morte anunciada. eu não tinha nem arrumado meus panos de bunda pra voltar e já sabia que, quando estivesse novamente morando em salvador, não ia escapar: ia entrar na academia.

academia não de estudos, nem brasileira de letras, mas de ginástica, claro.

e por que eu tinha tanta certeza? se você perguntou isso, você não conhece minha mãe. minha mãe é gordofóbica. e eu estou (bem) gorda, logo, essa conjunção de pessoas sobre o mesmo teto não ia rolar MESMO.

fato é, cheguei de são paulo numa quarta, na sexta ela já estava indignada dizendo que eu estava inventando desculpas pra não ter ainda entrado na academia. chegamos ao ponto da seguinte cena:

amiga de minha mãe: fulana, você viu quem morreu? dinha do acarajé!
minha mãe: vi sim. e com 55 anos! e sabe por quê? ela era hipertensa e tinha diabetes!
(passo eu, desavisada)
minha mãe (se dirigindo a mim): e eu acho bom você ir tratar de emagrecer, senão vai acontecer a mesma coisa com você!

detalhe, eu não tenho 55 anos, nem sou diabética e nem sou hipertensa.

mas, enfim. para selar a paz com a genitora e pelo bem da minha saúde (não sou diabética mas tenho todo o código genético pra ser, e sedentária e com sobrepeso, tô pedindo pra me fuder - me desculpem os sensíveis), lá fui eu, sexta de tarde, rumo à academia.

não é a minha primeira experiência com fitness. mas eu confesso que sempre gostei mesmo é de dançar. só que, salvo engano, não existem aulas de jazz dance geriátrico sendo oferecidas nesta aprazível capital da bahia, e, por outro lado, uma atividade com um horário fixo, do jeito que minha vida está (leia-se, cheia de novidades e dependendo da caridade e da carona alheias), é pedir pra faltar.

falando sobre as experiências anteriores, eu confesso: a primeira vez que eu fui pra uma sala de musculação, achei que estava na academia da barbie (a boneca, não a que sempre aparece por aqui com comentários ótemos). pra quem não sabe o que é, ou não lembra da tal academia, tó uma foto:


pode acreditar, esse brinquedo existiu. e eu tive, por sinal.


eu não queria achar isso, mas acho. no dia em que eu descobri que existe um aparelho que serve para malhar a panturrilha, eu me convenci de que a academia da barbie existe e é real.

outra coisa que complica horrores o processo: quando você está gorda, ir pra um lugar onde tem mil gentes saradas e com bom preparo físico não é algo que te deixe bem. você fica com a sensação de que TO-DO MUN-DO da academia está olhando você e dizendo "olhem a gorda". aliás, você anda na esteira e, dos dois lados, só tem gazelas correndo desenvoltas. ah, eu falei que preciso me segurar nas barras laterais, senão fico com medo de tropeçar e cair na esteira, e ficar lá rodando igual ao cachorro astor na abertura do desenho dos jetsons? pois é.

ah, e aquele povo que fica se achando a delícia cremosa da academia também é um saco. é tem milhares assim, claro. mas isso tem seu fundo de recalque, já que ali, ninguém quer saber se eu gosto de cinema, de música e de ler, e, claro, não tem como eu brilhar apenas pelo meu corpitcho verão.

anyway, precisei rever meus conceitos. há 10 dias que eu estou freqüentando esse mundo mágico de culto ao corpo, indo em horários variados (de manhã, de noite, quando dá), e não apenas estou andando como um hamster na esteira, mas também estou fazendo musculação (quando dá tempo e quando eu tenho saco, até o momento foram 4 sessões). confesso que não estou achando mais tão ridículo quanto no primeiro dia. mas continuo me chateando quando os instrutores dão atenção às meninas gostosas que estão pegando 45 kg de peso em cada perna pra ficarem coxudas e me ignoram solenemente, mas também tô chegando e me impondo. afinal, eles são pagos pra agüentar as gordas também, né não? como diria lobão, quer moleza, senta no colo de lulu santos.

mas eu ainda não consegui admitir a possibilidade de fazer aula de suingue baiano. imaginem, eu, durante uma hora, pulando ao som dos hits do axé e pagode? dançando no ritmo de chupa que é de uva e senta que é de menta? vou me sentir traindo o movimento, cara! fora que podiam escolher um nome menos brau.

p.s. diz a lenda que "suingue baiano" inclui também funk e black music. qualquer hora dessas eu vou ver uma aula e, quem sabe, não mudo de idéia?

p.p.s. acabei de me lembrar que physical era o nome da academia que tinha na novela cambalacho. ou será que eu sonhei?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

esclarecendo

pessoal, gostaria de avisar que eu não fui abduzida, e nem me converti à igreja universal do reino do axé (graças a deus, por sinal). o caso é o seguinte: são várias coisas para resolver aqui em salvador, somadas ao fato de que eu divido computador com minha mãe. ah, e eu contei que comecei a trabalhar na segunda passada e agora tenho essa atividade ocupando meus dias quase inteiros? pois é. e entrei numa academia também (o próximo post será sobre isso, por sinal).

ah, e, além do mais, a minha vida social aqui é BEM mais intensa do que a de são paulo. haja fígado!

e também é muito bom morar com mais gente, mas de repente você não passa mais todo o tempo livre se comunicando com pessoas através do computador, porque já tem pessoas na mesma residência que você, e elas são BEM comunicativas.

e tem mais: minha mudança se antecipou loucamente, e chegou sábado passado, e eu estou basicamente desarrumando caixas e dizimando os bens que não cabem no meu quarto (eu sabia que ia acontecer isso, mas fingi que não ia).

pois então, como vocês podem ver, o tempo anda curto e ocupado. mas saibam que eu estou me sentindo mega culpada por não andar escrevendo aqui, até porque tem várias coisas que darão posts bem engraçados (idéias devidamente anotadas).

então é isso. não vou mais conseguir produzir 3 posts por dia, mas também não vou abandonar o blog e os coleguinhas, até porque eu descobri que adoro escrever. tenho, aliás, uma convicção de que minha vida começou a andar pra frente em 2008 depois que eu inventei de começar um blog (antes disso a coisa não estava exatamente fluindo otimamente), e esse é mais um bom motivo pra eu não negligenciar essa forma de liberar energias.

então, compreensão e paciência, é tudo o que eu peço. e fé em mim, também.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

mulheres de comer

da coluna de monica bergamo, do jornal folha de são paulo, em 16/05/2008:

"SEM LIPO
O ensaio de Andressa Soares, a Mulher Melancia, para a "Playboy" de junho foi feito antes da lipoaspiração que ela vai fazer no bumbum. "A gente quer ela sem lipo. Isso aí é para quando ela quiser desfilar para a Dolce & Gabbana", diz Felipe Zobaran, diretor do núcleo de masculinas da editora Abril."

dolce & gabbana? mulher melancia? acho que ele quis dizer doce cabana modas, pra desfilar modelitos de malha de algodão e viscolycra, né não?

e aproveito para dizer que eu vi, no CQC, a tal mulher filé, que dança com MC catra, a do bumbum que pisca (se você não sabe quem é, vá googlear, jogue no youtube, mas eu me recuso a botar o vídeo aqui). gente, eu nunca imaginei que a expressão "fiquei com o cu piscando" fosse se transformar em algo literal. quero mais brincar disso não!

p.s. atualizando os não baianos, vocês sabiam que o hit aqui é "chupa que é de uva, senta que é de menta"? tô fúcsia.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

pára um pouquinho, descansa um pouquinho...

gente, amanhã de manhã o pessoal da mudança vem aqui, de forma que ficarei desplugada. e andei sabendo que o micro de salvador está meio problemático, de forma que não sei quando vou poder escrever de novo aqui (o meu pc tem previsão de chegada em salvador dentro de 7 a 10 dias).

assim, espero que quarta eu possa estar novamente escrevendo aqui, mas, caso eu suma, saibam que é por falta de recursos informáticos.

beijos e até a volta (espero que breve)!

sintam o drama (e desculpem o trocadilho)

gente, plantão especial total eclipse! olhem essa notícia que quéroul acaba de me mandar por MSN:

"Carla Perez faz leitura dramática aberta no centro de SP

Nesta terça-feira (13), às 19h, a dançarina baiana Carla Perez fará, ao lado do ator gaúcho Victor Wagner, uma leitura dramática do projeto "Caixa Cênica", ciclo da Caixa Cultural que reúne atores profissionais e estudantes de teatro e que nesta temporada conta com curadoria de Francisco Cuoco.

A dançarina e o ator --que já posou nu para a revista gay "G Magazine" e ficou conhecido por seu papel como contratador João Fernandes na novela "Xica da Silva" (TV Manchete, 1996-1997), estrelada por Taís Araújo-- farão a leitura da peça "Boeing Boeing", do dramaturgo suíço Marc Camoletti.

Perez, que cursa atualmente a Oficina de Atores Nilton Travesso, em São Paulo, participará com seu grupo de estudantes, sob direção de Beto Silveira.

A dançarina - que ganhou notoriedade como a "loira" do grupo É o Tchan - já fez um filme, "Cinderela Baiana" (1998), no qual atuou com Lázaro Ramos, porém, esta é a primeira vez que atuará no palco, sendo esta sua estréia teatral.

Para os interessados em assistir à leitura, vale ressaltar que a entrada é gratuita e não é necessário fazer reserva com antecedência. A leitura acontecerá no Grande Salão, no térreo da Caixa Cultural (pça. da Sé, 111, Centro, São Paulo; tel. 0/xx/11/3321-4400; classificação 14 anos)."

(clique aqui para ler o texto no local de origem)

antes de mais nada: se alguém for, POR FAVOR, me conte como foi.

velho, sério. como diria o casseta e planeta, a opinião pública não é ovo, mas está chocada. ou eu, pelo menos, estou. e ainda é um projeto da caixa econômica federal. como assim?

e sou contra peça de dramaturgo suíço. porque não re-encenar o final de cinderela bahiana, com direito a passarinho sendo expulso da gaiola e dança de galera ao som de "pau que nasce torto"?

eis a prova de que o espaço sideral também pode ser über brega

mas é claro que não precisamos ficar aqui em climinha chororô. por isso eu vou postar aqui um dos vídeos que nunca falha em me fazer rir. hoje mesmo eu já vi umas 3 vezes.

e com vocês... hot gossip e sarah brightman - i lost my heart to a starship trooper:



é difícil tecer comentários sobre os melhores momentos, porque o clipe todo é de melhores momentos. mas vamos lá:

- os BALDES de purpurina onde os dançarinos devem ter enfiado metade do braço. porque só isso explica aquele glitter escorrendo dos caras em cachoeiras.

- todos oe sensacionais cambrés de peito.

- as cenas em que a câmera está em close numa mulher, vai abrindo e nós vemos um cara apoiado nela, fazendo o passo "base fixa com contração pênis-vagina".

- todos os momentos bruscos de gente puxando o outro pelo cabelo, empurrando com autoridade ou dando AQUELA intimada.

- o sensacional passo "rodando o quadril em fila indiana" (assim batizado por minha amiga paula), com as lanternas que mais parecem maracas. confessem, isso é *A* revolução da dança moderna.

- todo o look lurex + botas + cabelón teased + luvas + brilhos + tudo. sem esquecer da fumaça de gelo seco.

- pose final pra foto do fim da coreografia (qual era a fixação que o povo tinha com isso na década de 70?).

- a cena em que um cara está falando e o outro vem e dá um salto e cai no meio da fumaça.

- aquela hora (em 01:36) que entra uma pessoa no espaço da filmagem, dá dois meios pulos, dá um grand pliê e sai do ponto de alcance da câmera.

em resumo: gente, QUEM coreografou essa porra? essa é a pergunta do dia.

nuvem de lágrimas

eu já percebi que vou passar pelo menos hoje e amanhã tendo pequenas crises de choro. mas é normal, não? você não fica 8 anos morando numa cidade, está de mudança marcada pra outra, e simplesmente ignora isso como se não fosse nada.

ah, estou esquematizando um post enumerativo de coisas de que sentirei falta em são paulo. mais choradeira ainda, então.

jesus segura minha mão.

domingo, 11 de maio de 2008

ainda sobre o show de rufus

ah, e eu esqueci de comentar duas coisas sobre o show:

1) eu tenho PAÚRA de quem bate palma na hora errada. ninguém é obrigado a conhecer as músicas, mas se você não domina a obra, fique na sua e espere quem conhece começar a aplaudir. aconteceu isso no show de rufus. acontece isso em concertos de música clássica. em resumo, as pessoas confundem pausas com finais.

deviam fazer como meu pai, que disse que, quando tem que ir a uma missa católica, fica esperto e só levanta e senta se um número razoável de pessoas conhecedoras da liturgia fizer isso antes.

2) creiam, sexta estava frio. e na porta do via funchal, tinha uma fila insana de adolescentes sentados no chão/escostados na parede. nenhuma cara de fãs de rufus. aí eu olho pra um display de LED onde ficavam passando informações sobre os shows presentes e futuros de lá, e eis que vejo: RBD 10 e 11/05.

sério, gente, dá pra acreditar que o povo ia passar a noite naquele frio só pra serem os primeirões a entrar num show do REBELDE???

aliás, eu fiquei pensando se mesmo na adolescência seria capaz de fazer algo tão fanático assim por algum artista ou banda. acho que não seria, por sinal. talvez pelos beatles, mas teria que ser o time completo e como o meu preferido morreu em 1980, quando eu tinha 4 anos...

show de rufus wainwright - eu fui!

(dedico esse post a dudu f. [drogado e prostituído], que me mandou um scrap que dizia assim: "se ele cantar 'hes not heavy hes my brother' ou 'tulsa' ou 'release the stars' ou qualquer uma, lembre de mim.")

tem horas que a gente muito planeja e as coisas não saem como gostaríamos. e tem as vezes, deliciosas, quando resolvemos algo de última hora e acaba dando tudo lindamente certo. foi assim que eu fui, na sexta passada, parar no show de rufus wainwright.

graças a ter, quinta de noite, falado com um amigo que disse que uma amiga em comum estava vindo pra são paulo e que eles iam para o show, eu fui correndo ver se tinha ingresso. tinha, comprei e, confesso, preferia que o show fosse com banda (seria piano, voz e violão).

na sexta de noite, saí de casa mais tarde do que planejava - sendo que era o dia do engarrafamento recorde de são paulo (sinceramente, quem entende? não estava chovendo, não era véspera de feriado, nem tinha papa na cidade...). passei um pouco de nervoso, mas tive a sorte de pegar um motorista de táxi espertíssimo e que foi a vida toda pelo corredor de ônibus. assim, não tive percalços; cheguei lá, peguei meu ingresso na bilheteria e entrei.

ah, quem foi o idiota que não avisou que martha wainwright ia fazer mini show antes (o show de rufus tava marcado pra começar 21:30h, entrei 21:15h e ela estava cantando)? ela também é boa, gostei da menina e de suas canções.

o show de rufus atrasou aquela meia hora básica que permite que as pessoas CHEGUEM (são paulo, sexta feira de noite, you got the point), começou com ele ao piano cantando grey gardens, e, surpresa: os arranjos minimalistas permitem que você ouça realmente a música, entenda a letra e aprecie a voz dele. coisas que um show com banda impossibilitaria.

outra surpresa: rufus é MEGA carismático. ele conversa com a platéia, é engraçado, e passa daí para o dramático com uma facilidade de ator. é impressionante. além de tocar bem piano e violão, e de ter gestos de diva (considerando que ele é assumidamente gay e que fez um show réplica de um show de judy garland, esse é um grande elogio).

umas duas vezes parou a música e disse "vou começar de novo" por causa de algum errinho cometido. esse tipo de situação só faz com que você (no caso, eu), que está ali sentada em êxtase, se sinta como numa sala de estar gigante de uma casa, participando de um momento extremamente íntimo, como se ele estivesse ali, no sofá do seu lado, cantando numa semi serenata - mas cantando músicas lindas de morrer, e não o que normalmente se toca nessas horas: andanças, djavan e legião urbana. ele fez guitarra vocal em california, ele teve um momento "vamos brincar de teatro", dizendo à platéia para imaginar que estávamos em "um bonde chamado desejo" e ele era stella (claro) e nós tínhamos que dizer "i love you, stella". aí ele fez a cara mais stella do mundo e começou, seríssimo, a cantar "not ready to love".

o show teve momentos de participação da irmã martha, do cunhado brad (tocando baixo), e da mãe, kate mc garrigle, tocando piano. teve até a mãe cantando "manhã de carnaval" em português (o que me faz pensar que se um dia eu virar cantora, não vou inventar de cantar nada numa língua que não conheça, porque quem é native speaker fica achando surreal aquele sotaque).

e, pelo menos pra mim, foi mágico ele ter cantado "over the rainbow". entendam, eu adoro essa música, muito, muito, muito, a ponto de ter várias versões dela, cantada por vários intérpretes. quando no bis, kate começou a tocar as notas introdutórias da música no piano, eu confesso, fui como que transportada a outro lugar, e tive que enxugar duas lagriminhas safadas.

foi simplesmente perfeito. de lá, ainda saí para comer com uns amigos, e esta foi uma noite para coroar com chave de ouro esses meus 8 anos em são paulo que se encerram na quarta feira próxima.

ah, aqui está o set list:

grey gardens
this love affair
beauty mark
sanssouci
rebel prince
california
not ready to love
the art teacher
who are you (in?) new york (nova)
matinee idol
nobody's off the hook
in my arms
manhã de carnaval
if love were all
going to a town
little sister
zebulon (nova)
cigarettes & chocolate milk

BIS
poses
hallelujah
over the rainbow
foolish love

quinta-feira, 8 de maio de 2008

algumas considerações de uma quinta-feira

achei isso na ilustrada:

"Público pede falso romance gay em novela

Símbolo de machão de novela, o ator Humberto Martins terá uma crise de masculinidade na atual trama das sete da Globo, "Beleza Pura". Em breve, seu personagem, o médico Renato, beijará alguém que ele julga ser homem, mas que, na verdade, é uma mulher, interpretada por Monica Martelli, se passando por homem.
O "pseudo beijo gay" foi um pedido do público da novela. Segundo a autora de "Beleza Pura", Andrea Maltarolli, pesquisa feita com grupos de telespectadoras revelou torcida para que Renato e Mateus, a versão masculina de Helena (Martelli) tenham um romance.
"Eu já tinha pensado nisso, mas estava em dúvida. Agora que o público pediu, vou fazer", diz Andrea. "O Renato vai ficar boladíssimo. Vai beijar um homem, e ainda de bigode. As telespectadoras querem que ele vá para o analista questionar sua sexualidade", conta.
Andrea espera que as cenas não sejam entendidas pelo Ministério da Justiça como impróprias para antes das 20h. "O público sabe que Mateus não é homem", afirma. A novela acaba de ser reclassificada de livre para imprópria para menores de 10 anos, o que levou a direção da Globo a censurar até uma aparição de travesti.
Segundo Andrea, todos os personagens de "Beleza Pura" foram aprovados na pesquisa com telespectadoras. "Gostam até da Norma [Carolina Ferraz], mesmo ela sendo má", diz."

eu gostaria muito de viver num mundo onde as pessoas não achassem que questões ligadas à orientação sexual são impróprias para menores. se pode beijo hétero numa novela, em tese, devia poder beijo gay. e travesti também, se estiver devidamente vestido e tal.

eu também gostaria de viver num mundo onde as pessoas percebessem que não dá mais pra humberto martins ser galã de novela das 7.

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eu adoro frida kahlo. até reconheço que ela é meio self obsessed e tal, mas é inegável que as pinturas dela são super fantásticas. mas gente, como é que ela, monocelha, de bigode, com uma mobilidade mega reduzida por conta de uma poliomielite, 200 problemas de saúde e tal, conseguiu ter caso com meio mundo? isso é que é auto-confiança, hein?

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matemática feminina: você faz uma limpeza no armário em dezembro e tira 8 bolsas para dar fim. aí, em maio, faz outra limpeza, mais criteriosa, porque vai se mudar, e tira mais... 11 bolsas. pergunta: quantas sobram?

se você respondeu "sobram 27", parabéns! você é um conhecedor da psique feminina!

(vergonha de mim, hein?)

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alguém explica o que acontece com os cds que somem de dentro das caixas? sou bem organizada com meus discos, não guardo nas capas trocadas e tal. de abril pra cá, já descobri 3 que sumiram misteriosamente: meu jagged little pill, de alanis morissette, um ao vivo do nirvana (from the muddy banks of wiskah) e, ontem, o the id de macy gray. claro, as capas continuam lindas, só sumiu o cd. esse tipo de coisa é que me faz pensar que em toda casa mora um saci, que explica o sumiço dos cds (e, também, do meu pente, que não foi mais visto desde domingo 27/04).

UPDATE: achei the id dentro da capa do rubber soul. o pente continua desaparecido, tal qual padre aderli de carli.

terça-feira, 6 de maio de 2008

faxáina

e eu estou total na fase de me desfazer de coisas, porque estou de mudança. aí que, limpando meu quarto em salvador, eu encontrei:

- 2 recortes de jornal de cartas que eu, adolescente, escrevi, "denunciando": 1) o descaso da fundação onda azul; 2) a falta de policiamento perto do meu ex colégio, por conta de um assalto que ocorreu numa lanchonete próxima. esta última continha a seguinte frase: "uma de minhas melhores amigas foi ameaçada por um meliante com uma arma". sem comentários.

- uma pasta contendo as minhas provas do 1º colegial (não entendo porque isso estava lá, visto que já dei fim em todo o meu material do colégio e até da faculdade).

- fotos da minha viagem ao méxico, em 1998, que eu coloquei em páginas coloridas, com cantoneiras, e nunca encadernei. nessas fotos, é possível perceber que eu era magra, e também que pintava o cabelo de quase laranja.

- faixas que fizeram para uma festa surpresa, para mim, em 1997 (naquele programa que a gente tinha para imprimir cartões, faixas e banners, e que ficava medonho quando a impressora era matricial).

- várias reportagens sobre o filme "sociedade dos poetas mortos", que foi o meu preferido durante muito tempo.

- 5 pastas de papel de carta (com os papéis de carta), incluindo uma só com os importados.

- meu álbum de formatura do colégio (emocionei).

- as agendas que eu fiz de 1992 a 1995 (já joguei as 2 últimas fora), que são totalmente VERGONHA PRÓPRIA. muito medo da adolescente que eu era, e como eu era dramática, meu deus.

- o script de 41 páginas manuscritas da peça sobre mitologia grega que fizemos no 1º colegial para a aula de literatura (escrito, claro, por mim). essa peça foi sensacional, porque começou sendo concebida como toda séria e no fim, virou um grande musical escolar em que narciso entrava dançando estilo elvis, o inferno era uma discoteca, e um dos personagens ainda dizia "eu sou teseu, filho de egeu, neto de antônio carlos magalhães!".

... além de 1 milhão de fitas cassete variadas.

gente, por que a gente junta coisas? guardar algumas lembranças é legal, mas sejam sinceros: quantas vezes elas resistem à faxina seguinte? por que a gente não pode simplesmente jogar as coisas fora já prevendo que não tem cabimento guardar aquilo?

eu tenho que me policiar, porque até minha bolsa é um buraco negro (até porque como eu não jogo papel na rua, eu deixo eles lá para jogar fora em casa, e quem disse que eu lembro depois?). mas ando tentando adotar o seguinte comportamento: ganhei algo, não vou usar, terceirizo imediatamente, se não for possível trocar. ou jogo fora, se não servir para ninguém. porque é um tal de lembrancinha de casamento, de nascimento, de aniversário de criança, de chá de cozinha, de dia da mulher, coisas que você ganha de presente e fica sem coragem de dar fim, e, quando você vê, tem vontade de sair correndo daquela prateleira kitsch da sua estante.

agora, então, estou totalmente na fase "rasgar papel, tirar roupas, tirar sapatos, tirar bolsas, tirar livros, reduzir, reduzir, reduzir". e isso não é fácil para uma pessoa como eu. mas, por outro lado, quem precisa de 8 cachecóis em salvador?

99 luftballons

eu fiquei quieta logo que o padre dos balões fez aquela idiotice de querer bater o recorde e ficar 20 horas voando com 1000 balões cheios de gás hélio (isso é uma coisa realmente estúpida, na minha opinião). mas na hora em que eu li, pensei "vai dar merda". e não devo ter sido a única a pensar assim.

até hoje não acharam o padre, que, na minha opinião, está fazendo companhia a ulisses guimarães há um tempinho já. aliás, segundo eu soube, iam encerrar as buscas, acharam um balão perdido e resolveram continuar. oi?

aí minha mãe, que não é nada politicamente correta, me solta:

- na china, eles cobram da família a bala que é usada nas execuções. não é pra chegar a esse ponto, mas imagine o quanto já se gastou pra ir atrás desse idiota. deviam cobrar dele esse dinheiro. e de todo mundo que se coloca nesse tipo de situação e obriga que se use helicópteros e afins.

- mãe, se eles fizerem isso, vai ter gente que, se for achada, vai preferir continuar perdido na selva pra não pagar a conta, né? afinal não rola um documento que você assina antes de aprontar essas coisas, dizendo que autoriza que, se necessário, efetuem buscas por você, né?

insanidades alheias à parte, o fato é que eu não tenho pena desse padre. vejam, eu não queria que tivesse acontecido nada de ruim a ele, ou a pessoas que resolvem brincar com o perigo (tipo aquele fotógrafo australiano que morreu atacado por uma arraia). mas, bróder, o sujeito resolve fazer uma coisa muito muito muito idiota e arriscada e se lasca? desculpem, mas não dá pra gastar minha compaixão com esse povo.

mas pra mim, o melhor de tudo é que o padre se chamava... ADERLI DE CARLI. isso lá é nome de padre? é total uma vibe carnavalesco, aquele povo que desfila fantasias na categoria luxo - que são aquelas fantasias que são um carro alegórico de vestir, e tem nomes como "o sonho maravilhoso de cleópatra na corte de nabucodonosor". se bem que sumir voando carregado por mil balões coloridos de gás hélio é bem apoteótico.

domingo, 4 de maio de 2008

inferno, diabo, etc.

estou eu outro dia na loja da melissa, esperando para pagar minha compra...

aliás, vamos começar com uma explicação: acho que todo mundo sabe o que é melissa, certo? aquele sapato plástico fabricado pela grendene desde idos tempos, que muitas meninas tiveram quando eram crianças. eu tive várias versões, por sinal: a que vinha com a bolsinha, com a pochete, com o relégio digital de coração... pois é. já tem um tempo (mais de 10 anos) que eles perceberam que o nicho de mercado deles era, na real, as meninas grandes, e hoje a loja fabrica pisantes para o público que cresceu e agora é mulher, ou quase. fato é que desde que eu me entendo por gente, a melissa fabrica SAPATOS DE PLÁSTICO e ponto. por sinal, sapatos de plástico que deveras me agradam, mas isso não vem ao caso agora.

pois então, estou na loja da melissa, que estava mega cheia (era sábado, em dezembro, perto do natal). a senhora que estava na minha frente na fila estava comprando melissas para dar de presente, e pediu que fossem devidamente embrulhadas. uma das vendedoras então pegou as embalagens e pôs mãos à obra. as embalagens pra presente da melissa são envelopes de plástico bolha preto, fosco, onde eles colocam, dentro, a caixinha com o sapato, e colam a aba com uma etiqueta. bem bolado, diferente.

aí a criatura olha e diz num tom de semi-bronca:"mas gente, vocês precisam ser mais ecológicos. olha essas embalagens de presente, de plástico? isso é tão contra a natureza! vamos ver outras opções! o meio ambiente agradece.".

HÃ???

minha senhora, a melissa é uma loja que fabrica sapatos de plástico. sapatos. de. plástico. muitos, milhares. vende até no free shop. got it? o menos nocivo à natureza, ali, são as embalagens pra presente. eu sei que é de grão em grão que a galinha enche o papo, e tal, mas mesmo assim...

alguém avisa que tá no inferno, abraça o diabo? ou, como diria minha prima, o que é um pum numa rave?

sábado, 3 de maio de 2008

propaganda é a alma do negócio II

falando sobre publicitários que estão muito ocupados fazendo filmes para ganhar prêmios, e que deixam aos estagiários o encargo de tomar conta da lojinha, eu me lembrei de uns comerciais que vi no youtube, da mearim motos. acho que o dono da loja deve ter chamado um sobrinho criativo, e este, com a ajuda dos coleguinhas, fez os filmes publicitários da loja do tio.

o resultado me agrada deveras. de fato, ao lado de fernando santos, rafaella carrà e um clipe bizarro com sarah brightman, esses vídeos fazem parte da minha coleção "para rir a qualquer hora".

aliás, "youtubando" agora, descobri que existem 3 novos comerciais da mearim motos! sensacional! vamos ver?

1) o incrível hulk



2) he-man e esqueleto



3) kiko e chaves



4) super mearim



5) caverna do dragão



6) x-mearim



eu gosto muitíssimo do do hulk, que é basicamente um magrelo (mal) pintado de verde - segundo um dos comentários do vídeo no youtube, parece a cuca do sítio do pica-pau amarelo -, sendo que dá para ver que a parte interna das mãos, por exemplo, não é pintada. mas os novos (os 3 últimos) também têm coisas excelentes. e que tal he-man transformando um cachorro pulguento numa moto honda? hein, hein???

além do mais, esses vídeos me lembram a última gincana de que eu participei. tinha uma tarefa que era para cada equipe apresentar 3 comerciais filmados. basta dizer que um dos nossos, sobre o shampoo wellapon, tinha o seguinte slogan: "wellapon. um produto tão bom para a cabeça que deveria ser recomendado por psicólogos." (se eu não me engano, a pessoa que eu acho que criou essa frase fez vestibular pra direito). e esse não foi o maior mico. essa que vos escreve foi a protagonista de um comercial de gelol, e aparecia correndo de branco na praia, ao som de "ela vem toda de branco" (eu sei que o nome da música é "que maravilha", mas se eu colocar o nome certo, ninguém vai lembrar que música é), e, ni qui eu ia olhar uns garotões jogando frescobol, vinha um cara (um amigo meu) correndo, esbarrava em mim, a gente saía rolando pela areia (num sentido não erótico, vale frisar), e os caras do frescobol, claro, iam me socorrer e deixavam o cara lá.

a gente nunca entregou isso para a CO, e eu gostaria de saber se essa fita ainda existe (em caso positivo, eu queria ver uma última vez e queimá-la para garantir que ela nunca seja usada contra mim).

o que eu sei é o seguinte: independentemente da qualidade dos filmes acima postados, ao que parece, eles estão surtindo o efeito desejado, porque quando eu ouvi falar pela primeira vez deles, eram apenas 3, e agora já temos outros. ou vai ver que a mearim motos nunca existiu e é só piada. tem alguém de pedreira do maranhão lendo que quer dar seu depoimento?

p.s. agora com correção de título, porque já tinha um "propaganda é a alma do negócio". ainda bem que eu tenho leitores assessores.

rá-ti-bum!

hoje o total eclipse está fazendo um mês de vida. AEEEEEEEEEE!

como "mãe" da bagaça, queria dizer que eu estou adorando a experiência de escrever loucamente sobre basicamente qualquer assunto que me dê na telha.

queria aproveitar e mandar um beijo pra minha mãe, pra meu pai e pra toda a galera que está me assistindo. SMACK!

(tem onomatopéia mais anos 80 do que smack?)

os filhos de anansi no cinema

Neil Gaiman trabalha no roteiro de Os Filhos de Anansi para o cinema

Em entrevista à MTV norte-americana, Neil Gaiman declarou que está trabalhando no script para a versão cinematográfica de Os Filhos de Anansi. Gaiman diz que “um produtor” o procurou após ter lido o livro durante uma viagem de avião. “Como o livro já tem a estrutura de um filme, só temos que aparar as arestas para que ele não vire um filme de 5 horas”, conta o autor. Gaiman também voltou a trabalhar no roteiro de Lugar Nenhum, projeto do qual tinha se afastado em 1999.

(texto original, clique aqui)

essa notícia me deixou deveras feliz.

imagino que muita gente aí esteja se perguntando 1) quem é neil gaiman e 2) que porra é os filhos de anansi.

a primeira pergunta é mais fácil de responder. neil gaiman começou como roteirista de quadrinhos, e hoje escreve livros. tá, ele não é só um roteirista de quadrinhos qualquer: ele é o pai da série sandman. imagino que mesmo quem não é aficcionado por quadrinhos já tenha ouvido falar de sandman - já que estamos falando de algo que é maravilhoso, arrebatador, um marco na história dos quadrinhos, etc, etc. certo, já que estamos falando de algo que se tornou bastante conhecido e cultuado, que está sendo relançado pela ed. conrad por arcos (graças a deus só falta o último e eu completo a minha coleção), que suscita intermináveis discussões nerds e que, enfim, tem uma qualidade fenomenal. mesmo que você não goste de quadrinhos, você pode gostar de sandman. ah, você é menina? não importa, porque, lendo sandman, você vai descobrir como existem várias personagens femininas fodásticas nesta obra de gaiman. enfim, mas esse post não tem a pretensão de ser sobre sandman. mas deu para perceber que esta é a minha obra em quadrinhos favorita.

a resposta da segunda pergunta é: os filhos de anansi é um livro de neil gaiman (título original em inglês, anansi boys. foi lançado no brasil pela ed. conrad). talvez você já tenha lido alguma coisa dele (quadrinhos, contos, algum dos outros livros). o que faz de filhos de anansi tão especial pra mim?

pra começar, é um livro divertido. não apenas um livro envolvente, ou bem escrito. sabe esses livros que a gente lê, acha muita graça e quer comentar alguma frase com o amigo do lado? é assim. gaiman é bem humorado, irônico ou mesmo engraçado em sua obra; no entanto, um livro todo engraçado não é uma característica sua até o momento (tirando as belas maldições, que é uma parceria dele e terry pratchett, e é um livro bem engraçado; mas eu ninca li nada de pratchett solo, então não sei se esta é uma característica dele).

depois, é um livro cinematográfico. eu e minha irmã lemos em 1995, numa viagem fraternal à europa, e comentamos como seria engraçado ver certas passagens do livro sendo encenadas na telona. me lembro que ela achou que a cena em que anansi morre (num videokê, cantando i am what i am, caindo do palco e, na queda, levando o bustiê de uma turista que estava assistindo à sua apresentação) merecia ser interpretada por jim carrey (sou a favor).

o terceiro motivo dá pra sacar lendo o parágrafo acima: é um livro que me remete a boas lembranças de uma ótima viagem. se eu não tivesse lido anansi, picadilly circus ia ser mais um lugar em londres (um dos poucos que nada me diriam naquela cidade). mas, graças ao livro, virou o lugar onde a gente sentou ao pé da estátua e ficamos conversando e olhando o movimento da rua e resolvendo aonde ir. sim, embora livros sejam normalmente uma diversão individual e solitária (não no sentido de solidão, mas de ser algo que se faz sozinho), eles são um excelente meio de criarmos certos laços com certas pessoas.

o fato é que eu gosto tanto deste livro que já o dei de presente a umas 3 pessoas (eu sinceramente espero que elas tenham gostado). mas estou a divagar e não contei nada do livro, então, aí vai:

o livro conta a história de charles nancy, conhecido por fat charlie, que é filho do sr. nancy (que é, na verdade, anansi, o deus aranha - se você leu deuses americanos, deve se lembrar dele). fat charlie tem uma vida pacata e, por que não dizer? sem graça. ele mora em londres, está noivo de rosie (que é virgem e pretende continuar assim até o casamento), tem um emprego de contador e that's all, folks. com o casamento chegando perto, ele tenta entrar em contato com o pai, obedecendo a um desejo de rosie - porque, na verdade, não há nada que fat charlie deseje menos do que reencontrar o pai, que, segundo ele, é uma pessoa que sempre o coloca em situações contrangedoras.
ele então descobre que o pai morreu, vai até os estados unidos para o funeral e lá descobre que que o pai era anansi, o deus de todas as histórias, e que ele, fat charlie, tem um irmão, spider, cuja existência ele desconhecia.
claro que spider aparece e vira a vida de fat charlie pelo avesso. spider é tudo o que fat charlie gostaria de ser: confiante, cheio de magnetismo, cool, cara-de-pau, e, ainda por cima, herdou os poderes divinos do pai. ah, é lógico, spider se apaixona por rosie (e ela, por ele), e, porque ele se recusa a ir embora, obriga o irmão a tomar providências para que ele suma.
providências sobrenaturais, digo logo.

contando assim, não tem graça, mas eu juro que o livro é ótimo. a leitura flui lindamente, e os personagens* são cativantes, mesmo os odiosos - o chefe de fat charlie, a mãe de rosie). não é à toa que está na minha lista de livros sempre relidos (um dia eu falo mais um pouco sobre isso, mas já adianto que, além de ler livros, eu adoro RELER livros).

super recomendável, mesmo para quem nunca leu gaiman e nem gosta de quadrinhos. e que venha o filme!

*me desculpem, mas eu não consigo usar a forma correta, as personagens

sexta-feira, 2 de maio de 2008

virótica vs. bacteriana

estou desde ontem com a garganta estranha, e isso só piorou ao longo do dia. às 16h me deitei e dormi lindamente até as 18h, com lençol, colcha de pique e mais outra colcha, e de calça de moleton (tipo, de uma hora pra outra, resolveu nevar em são paulo). ah, e estou chata pra caralho.

queria entender duas coisas:

1) por que tudo que as pessoas te dizem pra tomar por causa da gripe/garganta são coisas horríveis? tipo chá de alho com limão e mel, suco de laranja quente (quente!) com mel, gargarejar com água morna e vinagre...

2) por que todos os comerciais de remédios para gripe, resfriado e afins são completamente imbecis? a começar pela estrutura, que é sempre a mesma: aparecem pessoas em situações cotidianas estilo “fazendo compras no supermercado”, “atravessando a rua”, “no meio do cinema” (nunca mostram um neurocirurgião no meio de uma operação, por que será?), que espirram, o que induz um passante a fazer algum comentário "super sagaz" do tipo “é gripe?” (não, é gonorréia nasal). pra piorar de vez o que já estava péssimo, todos os ditos comerciais têm um bordão cretino do tipo “contra gripe, benegrip” (nada contra o produto), “sai, gripe!” (a gripe aparentemente é um demônio que baixou na pessoa e vai ser exorcizado), “mande a gripe passear” e tal. por quê?