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terça-feira, 6 de maio de 2008

99 luftballons

eu fiquei quieta logo que o padre dos balões fez aquela idiotice de querer bater o recorde e ficar 20 horas voando com 1000 balões cheios de gás hélio (isso é uma coisa realmente estúpida, na minha opinião). mas na hora em que eu li, pensei "vai dar merda". e não devo ter sido a única a pensar assim.

até hoje não acharam o padre, que, na minha opinião, está fazendo companhia a ulisses guimarães há um tempinho já. aliás, segundo eu soube, iam encerrar as buscas, acharam um balão perdido e resolveram continuar. oi?

aí minha mãe, que não é nada politicamente correta, me solta:

- na china, eles cobram da família a bala que é usada nas execuções. não é pra chegar a esse ponto, mas imagine o quanto já se gastou pra ir atrás desse idiota. deviam cobrar dele esse dinheiro. e de todo mundo que se coloca nesse tipo de situação e obriga que se use helicópteros e afins.

- mãe, se eles fizerem isso, vai ter gente que, se for achada, vai preferir continuar perdido na selva pra não pagar a conta, né? afinal não rola um documento que você assina antes de aprontar essas coisas, dizendo que autoriza que, se necessário, efetuem buscas por você, né?

insanidades alheias à parte, o fato é que eu não tenho pena desse padre. vejam, eu não queria que tivesse acontecido nada de ruim a ele, ou a pessoas que resolvem brincar com o perigo (tipo aquele fotógrafo australiano que morreu atacado por uma arraia). mas, bróder, o sujeito resolve fazer uma coisa muito muito muito idiota e arriscada e se lasca? desculpem, mas não dá pra gastar minha compaixão com esse povo.

mas pra mim, o melhor de tudo é que o padre se chamava... ADERLI DE CARLI. isso lá é nome de padre? é total uma vibe carnavalesco, aquele povo que desfila fantasias na categoria luxo - que são aquelas fantasias que são um carro alegórico de vestir, e tem nomes como "o sonho maravilhoso de cleópatra na corte de nabucodonosor". se bem que sumir voando carregado por mil balões coloridos de gás hélio é bem apoteótico.

5 comentários:

paula disse...

Tenho problemas com pessoas que fazem coisas idiotas e põem a vida em risco inclusive atletas e praticantes de determinados esportes/atividades tipo alpinismo.

Outro dia teve uma "senhora" que se preparou séculos para atravessar o canal da mancha semi-congelado de maiô. Quase morreu. Eu não só não me apiedo como acho pouco. Tá, eu não fico torcendo pra pessoa se fuder. Mesmo! Mas não consigo ter um pingo de compaixão.

Aderli de Carli. Esse nome era perfeito pra fazer concorrência ao Padre Silvio: agora digam "Pênissssssss".

Anônimo disse...

E quem tem dó desse ser sem noção?? Ele é uma piada pronta, faça-me o favor!
E super concordo com sua mãe... assim como no japão a família paga a multa se o cara cometer suicídio no metrô (e o melhor: o preço varia de acordo com a linha ehehe)se o cidadão pede pra morrer, tinha que ter alguma punição, não concordam???

très julie disse...

Aderli de Carli. Esse nome era perfeito pra fazer concorrência ao Padre Silvio: agora digam "Pênissssssss".

ai, gente, preciso rever padre sílvio dando suas dicas super úteis!

e falando em padres apoteóticos, por onde anda padre pinto?

Anônimo disse...

tive que ir no google por causa dessa. gente, o padre conseguiu mesmo ir pro céu.

tenho o seguinte a declarar:

1) voar com bexigas era meu sonho de infância. não que seja muito original - confesse que você sonhou com isso também;

mas

2) só porque sonhou precisa fazer? me poupe. tenho pavor de gente que apronta e deixa o rebu pros outros ajeitarem. meus amigos me consideram meio tirano por isso. eu sempre alerto as pessoas: não faça isso, vai dar em merda. chatildo continua com sua baranguice, alimentado pelo sentimento de poder que me contrariar lhe angaria. eu re-aviso: isso vai ter conseqüências pútridas. elemento insiste. solto o terceiro e último alerta, feito xuxa no clube da criança: "eu não me responsabilizo por você". daí é isso, eu não me responsabilizo mesmo e fulano me taxa de mau. meu cu. eu avisei. quem mandou achar que é mentira? todo mundo sabe que eu falo tudo a sério, entendo piada ao pé da letra e tudo mais. também faço isso se estou passeando com alguém e, sei lá, decido comer 3 croquetes (não que eu coma isso, é um exemplo) porque estou MORRENDO DE VONTADE de comer não duas e meia, não três e um terço, mas TRÊS CROQUETES. já aviso de antemão que convido (=pago) pra pessoa comer também. pessoa chata diz que não e depois de passados 5 quarteirões da croqueteria pede. fica sem pra aprender. 0 fase que recito muito, "o cosmos não faz justiça, deixando em minhas mãos o dever de praticá-la". justiça pra quem fez cu doce tendo sido advertido é arrependimento e vergonha pela burrice cometida.

3) vendo o lado positivo-estético da cousa, não tem morte mais linda que essa. nem a de laurinha, nem a morte lacoste na boca de um crocodilo. nem a da mulher lá que se ensaboou no chuveiro e se jogou pela janela, limpa, asseada e com bolhas. nenhuma.

4) a-mei isso de "carro alegórico de vestir". se eu fosse anotar todas as singelezas engraçadas que você inventa, ficava louco.

5) pra quê blog quando se tem esta caixa de comentários, minha gente?

paula disse...

"pra quê blog quando se tem esta caixa de comentários, minha gente?"

vivo repetindo esse lema, que é ainda mais útil quando se tem amigos que resolvem ter blogs maravilhosos que nos poupam o trabalho de varrer o material sociológico interessante.

"e falando em padres apoteóticos, por onde anda padre pinto?"

Deixou de ser material para o blog. Vi uma reportagem sobre uma das missas importantes da semana santa, ramos, óleos... sei lá, e lá estava Padre Pinto, sem maquilage, sem salto quinze, sem fantasia de Oxum, sem coroinha semi-nú, sentado candidamente assistindo à missa. A repórter não perdeu a oportunidade de entrevistá-lo é claro. Mas nada de perguntas sobre a fase herética, só coisas sobre a quaresma, os ritos e coisas afins. O pior é que a forma como ele falava, com uma dificuldade de articular as palavras e uma velocidade 20 RPM, mostravam que o novo Padre Pinto só pode ser fruto de eletrochoque ou medicamento muuuito pesado.