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domingo, 27 de julho de 2008

alô, cristina!

aí que eu ando numa vibe "sangue nos zóio" com relação a telemarketing. o engraçado é que eu sou do tipo simpática e amistosa. ao invés de fazer como muita gente, que quando sacam qual é a da pessoa do outro lado da linha, dizem "não estou interessado" e desligam, eu ouço com educação e tento ser delicada ao declinar as ofertas que me são feitas.

como diz minha irmã, se eu, que sou calma, consigo me irritar bastante em certos momentos, é porque eles abusam.

por outro lado, já percebi que eu muitas vezes dou corda pra ver até onde o surrealismo da situação vai chegar, e consigo ser surpreendida mesmo estando preparada para o pior. freaky.

resolvi então compilar os melhores (ou piores) momentos telemarkéticos experienciados por minha pessoa, para dividir com vocês.

momento 1 - eu e um banco qualquer

esse é da época em que eu trabalhava em banco.

vamos combinar que telemarketing ativo é um saco. você não tem nenhum problema com ninguém, está cuidando de sua vida, e de repente recebe um telefonema do além.

pois bem, estou eu no aconchego do meu lar, com uma big crise de sinusite, podre, fanha, são mais de 20h, e me liga um cidadão.

ele - sra. juliana, boa noite! a senhora já possui nosso cartão de crédito do nosso banco , e o motivo do meu contato (clichê nº 1 do telemarketing: dizer "o motivo do meu contato") é dizer que o banco tal hoje está lançando o serviço de conta corrente (hein? hoje? alô, meus pais já tiveram conta nesse banco tipos em 1997?), de forma que escolhemos alguns clientes para um teste. uma de nossas gerentes já foi designada para fazer uma visita à senhora e explicar os nossos serviços, após o que a senhora irá fazer uma avaliação, e, se achar interessante, poderá estar iniciando (clichê nº 2 do telemarketing: o odioso gerundismo) outro relacionamento comercial com a gente.

eu - (calma e controlada) obrigada, mas eu já possuo uma conta corrente e não tenho interesse em ter outra.

ele - justamente, o banco tal imaginou que a senhora já possui outras contas correntes e que, por isso, necessitaria de um produto realmente vantajoso, e nada custará a senhora a visita da gerente (alguém avisa que tempo é dinheiro?). informo que a senhora não será compelida a adquirir nenhum produto (jura? quanta condescendência da parte do banco tal!).

eu - (ainda calma, mas não mais tão afável) amigo, eu trabalho num banco. eu não quero outra conta.

ele - é natural que a senhora esteja resistente a iniciar este relacionamento com o banco tal, mas justamente, o contato direto com a nossa gerente, que irá explicar todas as vantagens que a senhora pode ter, poderá diminuir essa resistência (ela vai me hipnotizar, é isso?).

eu - (meramente cortês, mas séria) obrigada, mas eu não tenho interesse.

ele - mas a senhora precisa entender (não, não preciso) que, com base no que a senhora já possui, o banco tal poderá começar a lhe oferecer (começar a lhe oferecer: que tempo verbal seria esse?) algo mais vantajoso.

eu - (finalmente exasperada e impaciente) amigo, veja. EU. TRABALHO. NUM. BANCO (que parte você ainda não entendeu?). eu não pago NENHUMA tarifa bancária. a ÚNICA forma do banco tal me dar algo mais vantajoso que isso é ME DANDO DINHEIRO DE GRAÇA, entendeu? a proposta de vocês é essa?

ele (finalmente caindo a ficha de que NÃO VAI ROLAR, BEIJOS) - oktenhaumaboanoitetchau.

eu não mereço, né? aliás, vou reformular, mesmo sendo óbvia. NINGUÉM MERECE.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

tem dia que de dia é foda

você acorda de ressaca. numa segunda-feira. que agradável, não? e nem é porque tomou todas, já que, graças à lei seca, seu consumo do álcool tem sido quase bissexto (mas, quando ele ocorre, a maldita ressaca vem de brinde). você levanta meio perdida da vida, sem conseguir pensar nem em que roupa vai usar.

aí, porque seu cabelo não está contribuindo, você faz um coque (que fica parecendo um ninho de passarinho), o que dá à seu outfit (saia cinza no joelho e camisa social branca) a total vibe secretária.

você sai atrasada de casa, vai ouvindo blur no caminho para o trabalho e inexplicavelmente fica mais de bode, pega todos os sinais do caminho fechados, chega e não tem vaga no estacionamento do escritório, o que te obriga a dar toda uma volta imensa para poder parar o carro no estacionamento de chão de brita que fica num local carinhosamente apelidado de "beco do siri" (sentiram a vibe?), e onde só tem uma vaga, que é a que fica tão longe da entrada que você tem certeza que lá deve ter até um CEP diferente.

aí, quando você está andando rumo a mais um dia de labor, vem um desses ventos bizarros que assolam salvador no inverno (ou na estação climática que ocorre no período cronológico do inverno), levanta sua saia e você é obrigada a ouvir um dos guardadores de carro que estão por ali dizendo:

"ô, dotôra, calcinha cor-da-pele não!".

tipos, dá pra pular pra semana que vem?

sábado, 19 de julho de 2008

fecha a conta e passa a régua

você sabe que está na hora de ir para casa quando:

- post midnight, todo mundo da mesa bebendo litros, você é o amigo da vez e está de cara. as pessoas começam a falar de futebol e, de repente, ouve-se nitidamente a frase "e renato gaúcho é GA-TO!". e o pior, geral na mesa começa a concordar.

- você está no balcão, um bar onde toca rock na sua cidade, que é, assim, carente deste tipo de lugar. tem um cara discotecando e você está na mesa com um grupo do trabalho. aí uma pessoa diz "o quê, tem couvert? então eu vou mandar ele tocar vítor e léo, já que eu estou pagando. e se ele disser que não tem, eu vou buscar meu cd no carro!". e você viu que tem gente conhecida lá, e começa a rezar para, sei lá, o chão se abrir, ou você ser abduzido, mas não passar por esta situação logo ali.

sério, como é fácil voltar ao desespero dos 15 anos (ai, que mico) em segundos, só por causa de uma frase.

observe-se que, neste mesmo bar, mas outro dia, você divulgou e demonstrou sua criação do arrocha indie, dançando em ritmo de arrocha não uma, mas TRÊS músicas do velvet underground. que nota?

mas tudo bem. agora eu ponho a culpa deste tipo de comportamento meu no encosto de chacrete.

voltou pra tumba

gente, embégei. dercy gonçalves passou desta para melhor.

se por um lado não é de se espantar quando uma pessoa de 101 anos morre, quando a pessoa em questão é mum-rá com síndrome de tourette, a gente se choca sim. afinal, ela estava com a maior cara de quem ia ficar aqui para sempre, naquela vibe "o que é imortal não morre no final".

enfim, espero não passar a próxima semana vendo resportagens sobre o tema ao som de "a perereca da vizinha tá presa na gaiola, xô perereca, xô perereca".

e está sendo inevitável lembrar de minha prima que, quando era pequena, não compreendia totalmente o hino nacional. aí, ela cantava o trecho "se o penhor/desta igualdade..." assim: "se o senhor/dercy gonçalves...".

descanse em paz, dercy.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

follow up

este é um post follow up, onde eu vou retomar assuntos de que já falei aqui.

- vi kung fu panda!!! sensacional, mesmo tendo sido obrigada a ver dublado. gente, assistam. de preferência, levem junto sua irmã e sua amiga panda descontrol e se divirtam vendo como algumas pessoas voltam a ser criança em certos momentos.

- acharam algo que podem ser os restos mortais do padre mary poppins. e eu queria corrigir, o nome dele não é aderli, é adelir. pra rimar com o nome do irmão, que é moacir de carli (pior é que é sério).

- o transexual grávido agora é um transexual parido. nasceu uma menina, e, ao que parece, todos passam bem.

- meu treinador me botou pra correr na esteira. ainda estou no esquema alternar (correr 2 minutos, se arrastar 4, e assim vai). aí que eu descubro, me olhando no espelho, que enquanto todas as pessoas da academia conseguem correr de uma forma normal, eu corro saltitando, em câmera lenta e com os airbags balançando, total pagando de baywatch...

domingo, 13 de julho de 2008

rock it!

eu estou HÁ HORAS tentando começar um post sobre o dia do rock. fico pensando no que quero falar nele, e como eu quero que ele seja, e tudo isso fica muito abstrato na minha cabeça, sem contornos definidos. só uma idéia de um post muito bom, muito bem escrito, com as doses de conteúdo e leveza devidamente equilibradas. e quem disse que passa de ser essa idéia?

eu acho que eu escrevo bem, não vou dizer que não. mas acho que me falta aquela mágica que transforma o texto em algo bonito e eterno, que é algo que os escritores têm. eu não tenho. eu não sou escritora: escrevo como cronista, comentando um determinado assunto, sem a mínima pretensão de achar que eu, de alguma forma, vou esgotá-lo, ou ser definitiva sobre ele, ou de que, daqui a anos, alguém vai descobri-lo e lê-lo porque ele, de alguma maneira, ficou guardado no tempo. não, eu escrevo como quem escreve num jornal. aliás, eu escrevo como quem escreve cartas.

e apesar de gostar de diversos assuntos, não me sinto minimamente capacitada para escrever sobre eles de forma crítica ou histórica. falando do que supostamente deveria ser o assunto aqui (dia do rock, lembram?), eu não seria capaz de fazer uma espécie de apanhado geral do que é o rock, sua importância, diversos ramos e tal. eu não sirvo para esse tipo de texto que conta a alguém o que é alguma coisa que esse alguém desconhece, e faz com que passe a querer conhecer. também não poderia, se existisse esta profissão, querer escrever textos para a posteridade, como se o planeta fosse ficar congelado e anos depois tudo fosse ser descoberto, e os humanos do futuro/ETs precisassem de explicações sobre o que era alguma coisa.

também sou péssima para fazer listas do tipo "as bandas e artistas mais influentes", "os melhores álbuns" ou algo do gênero. sou da turma que mede o mundo pelo seu metro, e que não vai conseguir falar com propriedade sobre aquilo que não faz parte de sua vida.

mas, enfim. não queria deixar passar em branco o dia do estilo musical que é o meu preferido, cujas canções me fizeram dançar, chorar, pensar, que serviram de trilha sonora para paixonites, para relacionamentos, para momentos de volta por cima, para egotrips, para revoltas, para me fazer lembrar de pessoas, que foi assunto de tantas conversas, que serviu como desculpa ou como motivo para que eu me aproximasse de tanta gente ótima que é ou foi importante na minha vida. porque, no meu caso, música serviu pra me dar amigos maravilhosos, e até pra fazer com que eu me apaixonasse por uns dois ou três (ou quatro, ou cinco) só por conta de afinidades no setor.

aproveito para pensar em pessoas que foram fundamentais para a formação do meu gosto musical nesta área (um dia em conto a gênese do meu gosto musical e vocês vão ver que não é nada glamouroso e belo), seja de forma direta, seja de forma indireta, seja de forma inversa (também conhecido como "sou do contra"). se você é uma destas pessoas que já me emprestou disco, gravou fita pra mim, me mandou ouvir alguma coisa, me mandou mp3 ou simplesmente tem uma relação comigo que em algum momento envolveu alguma nuance musical, sinta-se beijado e abraçado.

e a verdade é que, aos 31, eu me sinto às vezes too old to rock 'n' roll and too young to die. culpa de gente que acha que gostar de rock é ser adolescente ou ter síndrome de peter pan, e que o caminho para se mostrar maduro e responsável passa por só ouvir coisas sérias. bom, eu acho que, se o caminho é esse, eu não vou conseguir crescer nunca. hail, hail, rock 'n' roll!

sábado, 12 de julho de 2008

drops: (quase) vergonha própria

eu confesso que:

- até hoje eu basicamente só ouvi smiths, tirando rádio, festas e afins, nos 2 volumes daquela coletânea "the best of". ou seja, nenhum álbum oficial, never. /MUITAVERGONHAPRÓPRIA

- conheci "bizarre love triangle" na versão do frente! (lembram? aquela versão em que uma menina de voz angelical cantava a letra ao som de um violão? praticamente a "loving you" dos anos 90? só faltam os passarinhos?), e não na do new order.

- sei a letra de "lilás" de djavan inteira (não tenho culpa se o neurônio que armazenou isso ainda não quis se matar).

e aviso que eu pretendo fazer essas pequenas confissões aqui, de vez em quando (pra começar, quando me lembrar de coisas do tipo).

arrumando a casa

bom, vim aqui espanar os móveis, varrer o chão e tirar as teias de aranha. basicamente, fui arrumar os links dos blogs amiguinhos que estão aí do lado (e que valem como sugestões de leitura), acrescentei alguns e aproveito para perguntar ao povo que me lê e tem blog e o blog não está ali: posso adicionar seu endereço na minha listinha de gente fina, elegante e sincera? aproveite e mande o link na resposta, pra facilitar minha vida.

o tempo passa, o tempo voa...

você percebe que está ficando velho quando um programa de tv, no melhor estilo "retrospectiva do que marcou" faz uma edição sobre os mamonas assassinas. e você se dá conta de que, quando eles apareceram, você já tinha mais de 18 anos, carteira de motorista e estava na faculdade.

é, minha gente, o tempo passa.

p.s. não vi o programa. nesse dia eu dormi, ou melhor, morri, cedo.

sábado, 5 de julho de 2008

music makes me lose control

tenho observado como ouvir música é uma coisa necessária para a minha felicidade. assim, eu já sabia, mas não tinha noção do quanto era importante até voltar pra salvador e ter que alterar toda uma série de hábitos (ouvir música o dia todo, andando pela casa, sem ter que me preocupar com os coleguinhas), além de passar um tempo sem rádio no carro e tals.

existem pessoas que conseguem ser comedidas na pista de dança. ficam fazendo aquele passinho para-um-lado-para-o-outro, e conseguem dançar adequadamente em festas do trabalho. também conseguem dançar com um pretê sem que o cara tenha vergonha, ou queira sair da pista de dança. se elas são felizes fazendo isso, são outros quinhentos... e eu?

eu me toquei que eu não danço, eu faço performance. vocês já devem imaginar a bagaceira no caminho da feira, né? como, performance? assim: começa a tocar alguma música muito muito empolgante. se tiver histórico de ter sido de alguma gincana ou de ter sido coreografada na adolescência, melhor (pior?). vamos pegar, para exemplo, i will survive. aí eu começo a DUBLAR a música (alguém aí pensou em priscilla a rainha do deserto? you got the point), como se estivesse num palco, andando e dançando. e fica pior: os transeuntes amigos que estejam por preto são imediatamente encaixados na marcação cênica que está se desenrolando na minha mente. e sim, eu fiz isso numa festa do trabalho, ano passado. e não, eu não vou culpar o álcool. blame it to the boogie.

eu juro que uma vez estava num bar dançante em são paulo e um menino que estava paquerando minha prima disse "eu vou convidar sua prima pro meu aniversário. preciso de alguém pra animar a festa". assim, eu praticamente uma drag queen fêmea.

pode ser pior: usar controle remoto como microfone e ficar dançando no quarto, com 31 anos? opa, presente (mas só em casa)! dançar no carro? eu! relembrar passos da jazz dance na pista, numa festa de casamento? aqui! cantar total eclipse of the heart num videokê fazendo uma coreografia estilo "o amor e o poder" (mãos e cabelón e mergulho)? já fiz (e ainda consegui pegar um menino no mesmo churrasco, as pessoas são loucas).

ontem eu comprovei que se estiver ouvindo alguma coisa, sou capaz de ignorar o cansaço. levei o iPod pra cadimia, o carinha me botou de castigo por ter faltado quase a semana toda pra fazer 20 minutos de transport, e de repente eu estava subida lá ouvindo don't stop till you get enough, mega a fim de fazer a viradinha na parte "vídeo show" da música (oi, eu tava em cima do transport?). sendo que sábado passado eu estava num casamento onde eu conhecia os noivos - não dá pra contar com eles - e mais dois amigos homens, um dos quais estava enchendo a cara e o outro, tirando fotos do evento, essa música começou e eu fui pra pista de dança SOZINHA.

ontem já arrumei uma capinha de braço pro menino iPod, e hoje levei de novo. vejam o histórico de meus pensamentos durante a atividade física:

subo no transport. começa yo la tengo (don't worry kyoko), passo. passo sly and the family stone (runnin' away), passo prince (cream), passo nina simone (i wish i know how), passo carla bruni (la noyee), deixo happy when it rains, do jesus and mary chain, e fico viajando que alguém devia montar uma academia para os roqueiros do meu brasil-il-il, só com coisas energéticas nessa linha. passo los hermanos (samba a dois, isso é pra fazer yoga e olhe lá), deixo the bellrays (third time's the charm), pulo meu-nome-é-gal cantando sebastiana. pulo sly and the family stone (de novo) cantando i get high on you, pulo sonic youth (gasp!) porque não dá pra se animar ouvindo theresa's sound world, pulo blur (tender), ouço pipettes cantando dirty mind, ouço shampoo cantando trouble (alguém fora eu ainda se lembra dessa música? oh oh, we're in trouble..."), pulo pixies (dig for fire), e eis que começa ele. michael jackson. cantando thriller. e eu começo a pedalar no ritmo, ignorando que eu não sou um queniano com coração de criança hiperativa/beijaflor, e sim ex-adolescente dançarina de jazz, ex fumante e ex magra. aí eu fico super querendo fazer toda a coreografia (imaginem a cena: a pessoa desce do transport e começa a fazer os passos, no melhor estilo "de repente trinta" sendo que, hello? de walkman o resto do mundo não está ouvindo a trilha sonora?). aí vem o carinha medir os batimentos e eu estou a 165, que nota? aí começa wagon wheel, de lou reed, e eu começo a me sentir o trenzinho subindo a ladeira e querendo morrer mas lá, firme (porque senão quando ele mandar aumentar pra 25 minutos, eu tô frita e lascada). e aí começa true blue e só faltam 3 minutos e eu consigo encerrar e saio correndo e fico monopolizando o bebedouro aproveitando para respirar, que faz bem.

massa, então vamos pra esteira, né? uma coisa relaxante após escalar uma montanha imaginária. continuo nessa de passar o que não dá aquela motivação, acabo ouvindo o resto de true blue, os blues brothers cantando jailhouse rock, outfield cantando your love (diretamente dos anos 80), tenho meu momento roqueiro fitness ouvindo rudie can't fail, do clash e smart dogs, do kula shaker e aí começa mika cantando love today, e eu super fico imaginando um clipe e marchando na esteira (inclusive, temerariamente, aumentando a velocidade pra ir no ritmo da música), além que querer me metamorfosear num roqueiro esquálido de legging e blusinha beesheenha suruca. ah, eu também estou dublando a música. vamos de bizarre love triangle do new order e, para fechar com chave de ouro, começa... i'm too sexy, do right said fred (surtando, surtando!). imediatamente, não me perguntem COMO, eu começo a desfilar na esteira, na mesma velocidade de antes. mas juro, tô lá me achando giselle, lembrando das dicas de padre sílvio dizendo que ela exagera, shakin'g my tush on the catwalk, e até sinto que a esteira está ficando mais lenta acompanhando o ritmo. imaginação e música, que dupla, hein?

bom, a esteira estava MESMO ficando mais lenta, já que após 30 minutos, ela entra no cooldown period e diminui a velocidade pra pessoa não sair de lá correndo e desmaiar na sala. mas juro que eu fiquei com medo de que estivesse assim, poderosa, conseguindo as coisas com a força do pensamento.

sabem aquele cientista russo, pavlov, que fez aquela experiência do reflexo condicionado cachorro - campanhia - salivação? é mais ou menos por aí comigo: dependendo da música que toca eu PRE-CI-SO dançar. e junto com isso vem o que eu vi descrito lindamente numa comunidade do orkut como "encosto de chacrete":

"Você sente que purpurinas e paetês tocam profundamente a sua alma??
Ao escutar uma música boa seu primeiro impulso é puxar uma coreografia??
Quando encontra um maiô dourado numa loja do Saara, seus pêlos logo se arrepiam??
No carnaval você sente que tudo isso vem à tona com maior intensidade??
Sejamos sinceras, minha amiga, gatinha, camofa, gata-garota:
Tens um encosto de Chacrete!!!
Só uma Chacrete entende outra. Junte-se a nós nessa saga iê-iê-iê na discoteca.
Vamos resgatar a Teresinha e devolve-la seu cetro de abacaxi e seu trono na cultura popular brasileira."

pois é, eu me identifiquei e entrei. quem quiser, que me siga.

UPDATE: acho que o meu prêmio nobel na categoria performances sem noção foi estar numa micro festa no apê no rio de janeiro, com pessoas que eu conhecia bem pelo msn, mas tinha acabado de conhecer ao vivo, começar a tocar thriller (não é que tenha sido do além. era um cd que eu tinha gravado para levar para a festa, notem a premeditação e a má intenção) e eu ter começado a ORGANIZAR AS PESSOAS para fazermos a coreografia (eu na frente, vocês atrás, todo mundo pegando o passinho). e eu não tinha visto "de repente, trinta" ainda, ok? o melhor é que mesmo depois deste momento as pessoas continuaram gostando de mim e querendo me encontrar nas minhas idas ao rio de janeiro, ainda bem.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

joões de 2008

um são joão nada junino: 3 meninas numa casa em arembepe, vários DVDs, CDs, um iPod, cerveja, um fondue... vocês imaginaram a cena.

ah, importante ressaltar que, embora o som tenha uma entrada USB para mp3, o iPod se recusa a tocar nele (ou ele se recusa a tocar o iPod, vá saber).

então que as meninas lêem, conversam, bebem, jogam cartas, vêem DVD, comem, tiram sonecas e tal. e uma delas simplesmente CAPOTA no sofá e deixa as outras duas conversando.

conversa vai, conversa vem, eis que as pessoas resolvem ouvir as músicas da pasta "brega e popular". a solução? cada uma com um fone de ouvido. e é quase impossível ouvir todas aquelas músicas sem cantar, de forma que rolou todo um duets.

detalhe 1: quando começou uma música de alcione, elas resolveram tomar um whisky, porque, afinal, "a marrom merece" (alguém ficou com medo dessa frase?)

detalhe 2: ouvindo em ordem alfabética de artista, só se chegou até fagner (letra F, atenção, a 6ª letra do alfabeto).

detalhe 3: enquanto elas maldiziam o fato de não haver um cabo que permitisse ouvir as músicas no som, o ser que havia morrido no sofá depois narrou ter acordado sem acreditar no que estava acontecendo (duas loucas cantando na sala), e com vontade de sair ali, no meio da madrugada, atrás de um cabo. porque imaginem, você ser acordado por duas pessoas semi alcoolizadas cantando a plenos pulmões músicas, por exemplo, de eduardo dusek, SEM OUVIR O ACOMPANHAMENTO? é por causa desse tipo de coisa que eu tenho um amigo que diz que o contrário de música é videokê.

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enquanto isso, no mesmo são joão, em uma cidade do interior, eis que paula (eu vou começar a psicografar as histórias de paula, já que ela não se propõe a escrever seu próprio blog) está na praça da cidade, esperando alguma banda estilo aviões do forró começar o show.

e aí entra aquela voz gravada ecoando a abertura do show: "prepare sua garganta... você vai... dançar (/eco çar-çar-çar-çar-çar)!".

garganta. dançar. oi, alguém desenha? ah, e atenção, era gravado. não é que a pessoa foi anunciar e se atrapalhou. houve um momento estúdio onde toda uma galera deve ter acompanhado isso, e NINGUÉM DISSE NADA. que nota?

terça-feira, 1 de julho de 2008

lei seca, e sem al capone

nunca gostei da mistura álcool e direção. nunca fui de encher a cara e dirigir, e quando morei em são paulo, passei 8 anos indo aos lugares sempre com o dinheiro do táxi, se o motorista não fosse conhecido ou confiável. já levei o carro de algumas pessoas que estavam sob condições temerárias de conduzir um carro. já insisti para muita gente dormir na casa de arembepe para não terem que voltar dirigindo pela estrada do côco após beber o dia todo. minhas companhias são normalmente responsáveis: quando sabem que vão tomar todas, preferem ir de táxi, se saem dirigindo, bebem comedidamente.

em tese, então, eu deveria ser a favor da lei seca, certo?

certo?

errado. não dá para acreditar nas coisas que nosso poder legislativo é capaz de produzir. do dia 19/06/08 em diante, dirigir com 2 dg/l de álcool no sangue (= um chopp) sujeita o condutor a multa de R$ 955,00 e perda do direito de dirigir durante um ano. se o percentual for acima de 3 dg/l, além da infração gravíssima, da multa e da suspensão da habilitação, você estará cometendo crime e ficará sujeito a pena de detenção de 6 meses a 3 anos. que nota?

mas dá pra piorar. a legislação antiga previa a possibilidade da pessoa se recusar a fazer o teste do bafômetro. a recusa poderia ser interpretada contra o motorista, mas isso não significa que ele seria necessariamente considerado embriagado. agora, o motorista que se recusar a fazer o teste tem que pagar a multa e perde o direito de dirigir por um ano! sim, a pessoa está sendo obrigada a fazer prova contra si mesma.

é possível que quem é defensor da lei alegue que eu só estou revoltada porque gosto de beber. mas vamos e venhamos: quem tem amigos que bebem e são responsáveis, me diga: pessoas que agem assim são as causadoras dos acidentes bizarros e fatais?

e olhem, eu conheço uma quantidade razoável de casos de conhecidos que morreram de acidente de carro. é sempre péssimo, mas o que se vê por aí são acidentes causados por pessoas realmente bêbadas (e consumir álcool não deixa automaticamente a pessoa bêbada), ou que dormiram no volante por puro cansaço.

e agora está todo mundo esperando para ver se a lei vai pegar, e prevendo o aumento da corrupção, porque é claro que vai ter muita gente preferindo pagar ao guarda para não ser multado, sobretudo se correr o risco de pegar pena de detenção. e vamos e venhamos: se a pessoa está dirigindo de forma temerária, ok que ela seja parada (mas já era ok antes). mas imaginem se eu estou andando direitinho de noite e uma viatura cisma em me parar só para fazer o teste por amostragem. tá na cara que estão querendo levar algum.

só sei de uma coisa: lei seca sem o glamour dos anos 20 é o fim da picada!

p.s. de forma alguma eu estou fazendo apologia a que as pessoas bebam e dirijam. eu só acho que tem um monte de gente que estava bebendo socialmente e sendo feliz e responsável, e que agora não podem nem mais comer 2 bombons de licor, ou bochechar com listerine, ou tomar seu biotônico fontoura - vulgo xarope de cachaça -, ou tomar vinho no jantar. e quem já estava barbarizando por aí pode continuar, afinal, já existia uma lei que punia essas pessoas, e nem por isso as coisas deixaram de acontecer.

p.p.s. e os percentuais da nova lei não são próximos aos de países como inglaterra e estados unidos, onde a fiscalização desse tipo de coisa funciona. na verdade, estamos no caminho dos países árabes. nos ditos países civilizados, a dosagem alcóolica por litro de sangue era até maior do que a da nossa antiga lei!

tem muito samba, muito show, e rock 'n' roll...

outra novidade: estou iPodezada e com rádio no carro. ok, rádio significa rádio, cd player com mp3 e entrada usb para o iPod, mas escrever tudo isso fica grande e complicado.

sobre o iPod: ele é fofo. muito fofo, eu estou até retardada por causa disso. vejam bem, nunca tive bicho de estimação (tirando um coelho e 2 periquitos, além dos já tradicionais pintinhos de brinde de feira dos animais) para tratar como filho, mas já me peguei algumas vezes chamando o iPod de "meu bebê". quem me conhece sabe como isso é inconcebível...

pois bem, o menino chegou sábado dia 21. dia em que eu resolvi ligar minha CPU para ver se ela ainda funcionava, após o trajeto são paulo/salvador, e aproveitar para carregá-lo com algumas músicas. aí eu me deparei com minhas mais de 20 mil músicas em mp3 (imagino que tenha gente aí que entrou em choque lendo isso) e simplesmente.não.sabia.o.que.colocar.nele.

escolhi umas coisas meio apressada, mas já dá pra ver que eu vou ter um trabalhinho organizando direitinho os títulos dos discos. joguei músicas animadas, uns discos de madonna, umas coisas indies, e toda a playlist brega e popular que estava lá no iTunes. meu iPod, no shuffle, é uma coisa esquizofrênica, indo de joy division a wando e sarajane.

diga-se de passagem, a pasta brega e popular foi fundamental na viagem junina para arembepe, mas isso eu vou contar em outro post.

sei é que agora eu me sinto mais feliz. eu tinha o hábito de ouvir música o dia todo, e morando sozinha, podia ligar o som num volume altão e ficar circulando pela casa. agora, meu espaço de som é meu quarto, não posso obrigar a casa toda a ouvir música junto. de forma que poder ouvir música no carro e no trabalho (ainda mais agora, que, com o judiciário em greve, as coisas estão calmas) melhorou meu humor.

amanhã, inclusive, como é feriado aqui, vou aproveitar para reprogramar o iPod, e vocês bem podiam ajudar sugerindo coisas para eu colocar nele, hein? não sejam muito generalistas: "caetano veloso" deve ter mais de 40 discos, então sugerir álbuns é mais eficiente e prático para mim.

agora, sobre o rádio do carro: você precisa fazer um curso na sorbonne para operar um com perfeição, dada a quantidade de funções que essas porras têm. o meu, inclusive, tem a opção de mudar as cores do display e da iluminação dos botões, para umas 12 cores pré programadas, "opção rainbow (ele fica mudando de cor) ou uma cor customizada por você. são 125 opções de cores, para combinar com o seu humor!". dá pra ser mais bisça?

aqui na terra tão jogando futebol...

nem eu estou acreditando: continuo indo à academia.

pausa digressiva: no exato momento, estou me sentindo culpada, porque a última vez que eu fui foi sexta passada, já que estava viajando no fim de semana. cheguei em casa domingo tarde da noite e nem rolou de ir segunda de manhã. segunda de noite eu saí, fui dormir tarde, hoje estava morta e deixei para levantar 07:30h, e para piorar as coisas, acabei de comer um casadinho.

mas, voltando, eu e a academia: está rolando, gente! já completei um mês, tive coragem de fazer um plano trimestral, fiz exame médico (pra quê? pra me dizerem o que eu já sabia, né? e pagando pra ouvir isso) e o mais importante: fui falar com o instrutor e dizer a ele o que eu queria, basicamente porque sem alguém pra pegar no meu pé, a coisa não flui (já tem minha mãe para garantir minhas idas). de forma que estou lá numa média de 4 dias na semana, suando a camisa e, de vez em quando, puxando uns ferros. já me botaram até para fazer transport. transport é aquele apparelho que parece uma mistura de bicicleta com esqui e que costuma ser a escolha preferida das gostosas da academia, porque elas podem ficar lá na frente todas se rebolando, enquanto os caras gatinhos e as meninas barangas ficam olhando para a bunda delas com desejo e inveja, respectivamente. não, eu não virei gostosa da academia, e eu confesso que não é exatamente confortável ficar lá na frente sacudindo meu popozão tamanho bagageiro do corsa sedan na frente de toda a sala de "treimanento cardio-vascular" (nossa, com esse nome eu me sinto até uma atleta). fora que você sobe ali achando que vai flutuar e em 1 minuto descobre que aquilo cansa como a porra, e que ainda faltam 14 minutos.

mas o dia em que eu realmente me senti fazendo parte da academia foi quando eu percebi que nutro um ódio por um cara que vai na mesma hora que eu. eu sempre ouvi falar de gente que vai à academia enrolar (isso é inclusive apontado como uma das possibilidades pelas quais você não consegue emagrecer, em revistas que tratam do tema), e achava impossível. eu vou sair de minha casa pra ficar enrolando na academia? não é mais fácil não ir? o quê, tem gente que faz amizade nesses lugares? eu achava impossível (mas eu não sou parâmetro, tendo em vista que morei em prédio a vida toda e, com a exceção de 3 irmãs que moraram lá e eram bem amigas da gente, eu nunca tive galera de prédio), mas descobri que não é. então que essa pessoa acorda cedo e vai basicamente andar na esteira, enquanto fica conversando alto com o instrutor, como se todo mundo estivesse a fim de ouvir a conversa dele (que é deveras chata). pior: ele é capaz de descer para a área de musculação e não levantar nem um haltere de 1 kg, mas ficar papeando com os instrutores que deveriam estar orientando o povo que efetivamente foi para lá exercitar algo além dos músculos da fala.

pois então, foi na hora em que eu percebi que já estou conhecendo os colegas de horário a ponto de ter vontade de matar um deles, que eu me senti orgulhosa de mim por estar conseguindo levar isso adiante.

última observação: por que na bahia as pessoas acham que axé e forró são músicas adequadas à malhação? juro, não agüento mais ver dvd de aviões do forró e jammil. sim, pode ser pior: eles têm engenheiros do havaí acústico e ana carolina - perfil. simata.

mais um pedido de desculpas (que eu espero que seja o último)

fato nº 1: não sumi, não morri, não fui abduzida e nem devorada por um jacaré.

fato nº 2: não agüento mais aparecer aqui dando este tipo de explicação. quero dizer, eu gostaria de não ter que aparecer por aqui já pedindo desculpas pelo sumiço.

fato nº 3: estou recebendo mensagens, scraps e afins de pessoas me perguntando as novidades de minha vida e reclamando que eu não estou mais escrevendo (dizendo assim, até parece que eu sou alguém importante). gente, eu não imaginei que seria tão complicado conciliar atividades.

vejam: eu tenho acordado bem cedo (06:00h da manhã) para ir à academia. de vez em quando, tenho audiência de manhã cedo. passo o dia no escritório, de noite normalmente volto para casa para jantar e interagir com a família, ou saio com amigos. não tenho filhos, marido, namorado, pós graduação, aula de inglês, ensaios de teatro ou qualquer outra atividade paralela além das citadas (bom, de noite eu durmo, e nem tem sido tanto assim). então, por que cazzo eu não consigo achar tempo para escrever?

pior: se eu resolver inserir mais uma atividade, como vou fazer para conciliar com as já existentes? eu juro que não sei como é que algumas pessoas conseguem levar 2 faculdades, trabalhar e ter amigos durante 5 anos. elas têm um dia de 30 horas?

a real é que morar sozinho permite a você ter seu tempo para fazer coisas, e morar com outras pessoas rouba isso. assim: você chega em casa do trabalho. morando sozinho, come um iogurte em pé, na cozinha, e está "jantado" (ok, pode comer bem mais que um iogurte), e pode ir para o computador. morando com mais gente, você chega, conversa com a empregada, conversa com sua mãe, liga pra saber se sua irmã vai jantar, espera sua irmã, as pessoas comem coletivamente em 1 hora e nessa são 09:30h da noite, e dá uma preguiça de sentar no computador pra escrever, então você basicamente checa seus e-mails e scraps e vai ler.

ah, tem o fator "mãe que esquece que você tem 31 anos e manda você ir dormir porque você tem que acordar cedo, e acha uma maluquice você ficar interagindo com pessoas no computador". isso dificulta MUITO.

mas enfim. deixando as divagações de lado, já adianto que não tenho, assim, novidades. leia-se, não estou numa fase "piscinão de ramos, cada mergulho é um flash" com coisas acontecendo freneticamente todos os dias. é mais uma vibe de rotina, sabem como é. mas, por outro lado, se eu estivesse no lugar das pessoas que estão querendo saber de mim, não ia engolir essa. aproveitando o judiciário em greve e que é feriado na bahia amanhã, aviso que estarei mandando notícias por aqui, e, espero, também escrevendo sobre coisas que não têm nada a ver com a minha vida.

portanto, não mudem de canal. aliás, do jeito que isso aqui tava com teias de aranha e bolas de feno rolando ao vento, nem deve mais ter ninguém aí...