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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

irritando juliana young - na sala de aula

aí que o curso que eu estou fazendo (preparatório para o concurso da AGU, cuja prova será dia 01/02) acaba sábado, e eu preciso começar outro.

de preferência, que dure o ano todo e tenha muitas aulas das matérias que eu não sei (ou seja, praticamente todas, já que outro dia eu cheguei à conclusão de que só aprendi direito civil, direito penal e processo civil na faculdade, e como depois disso o código civil mudou inteiro... you got the point).

de preferência, que não me deixe pobre, porque, jesus, os cursos estão metendo a faca. sim, curso preparatório para concurso pode sair pelo preço de uma pós-graduação (e mesmo que eles digam que dão certificado de pós, acreditem, não é a mesma coisa se você vai procurar emprego - se bem que para o fim de servir como título em concurso, é possível que sirva).

e, embora eu adore ter contato com professores de carne e osso (não, não no sentido bíblico, controlem suas mentes pervertidas), já que assim dá para debater os temas, fazer perguntas, pedir indicação de livros e tal, tendo em vista a criatura que é minha colega no curso atual, de preferência que seja telepresencial, naquele esquema "aula no telão, todo mundo calado fazendo silêncio total".

não, eu não era a favor desta modalidade, mas me rendi. devo começar a ter aulas nesse esquema semana que vem, após uma pesquisa que me consumiu dias, fosfatos, me encheu de dúvidas, me fez falar com deus e o mundo e, por fim, concluir que sou mesmo filha de meu pai, que é uma pessoa capaz de fazer uma pesquisa extensa para comprar um TELEFONE SEM FIO. bom, um curso de duração anual não é exatamente um telefone sem fio, mas vamos aprender, juliana, que nada na vida é definitivo, tirando a morte (até tatuagem você consegue remover), e que se você começar esse e não gostar, sempre pode ir para o outro ou para o que faz hoje (não trabalhamos com propaganda gratuita).

as vantagens? você vai ter basicamente o mesmo curso que todo mundo aí brasilzão afora, e, como eu disse antes, você vai escapar da terrível praga do colega "eu-sei-tudo-quero-debater-na-aula".

é assim: você pega um curso onde a maioria dos alunos é de gente recém-formada e coloca alguns balzaquianos e uma pessoa de seus 40 anos. esta pessoa provavelmente se sentira insegura porque não está mais no frescor da juventude (sei bem o que é isso) e porque fez faculdade há tempos atrás, e sabe como é no brasil: quando você aprende uma coisa, eles mudam a lei (vide eu e o código civl antigo e a lei de falências anterior). aí, não sei se para mostrar que está firme na competição por um cargo público, ou que não parou no tempo, ou que é inteligente, ou não sei o quê (não sei entrar na mente dos psicopatas, por mais que eu tente), a pessoa não faz perguntas: ela DEBATE com os professores.

sério, gente. as perguntas são todas do tipo "e o que você acha da lei tal?" ou "você acha esse ponto de vista certo?", que nada mais são do que uma forma de introduzir um discurso expondo o que ELA pensa e sabe sobre o assunto. diga-se de passagem, de uma forma indelicada, falando por cima do professor. e total numa vibe "tô no mestrado", que obviamente não é o escopo de um curso do tipo reta final pra um concurso específico.

sim, eu sei, maldita profissão em que os colegas são todos articulados e acham que tem que dar seu parecer sobre tudo, mas algumas pessoas conseguem ultrapassar o nível médio de chatice dos profissionais da área jurídica e chegar a níveis estratosféricos.

isso anda me irritando tanto que ontem eu SONHEI que estava numa sala de aula e que quando ela começava a falar de alguma coisa, as pessoas começavam a fazer aquele ruído universal do "ai que saco" (de boca fechada, como se estivesse sorrindo, puxe o ar para dentro ao mesmo tempo em que separa os lábios, empurrando o inferior para baixo - espero que vocês entendam, porque é uma coisa inonomatopeica) e começou o quebra pau do ano, com o professor dando piti, um aluno que achou ruim o piti e começou a imitar um burro para o professor e foi um deus nos acuda. o próximo passo é sonhar que estou batendo nela.

por conta disso, vamos fazer uma lista das coisas mais irritantes numa sala de aula? quem quiser, complete nos comentários.

- o colega sabe-tudo (e fala-tudo), já mencionado e desenvolvido acima.

- gente que conversa ou fica falando no telefone como se estivesse na sala de sua casa (isso vale também para o cinema).

- pessoas neuróticas que ficam querendo saber quanto você está estudando, por que livros, quantas horas por dia, e que ainda acham que você está escondendo o jogo quando diz que não sabe direito do trabalho (não pra prestar concurso da magistratura), já que "você estava participando horrores da aula". tipo, corrão (sic) para as montanhas.

- professores que passam a aula toda ajeitando os documentos (aka genitália). eu comentei isso com um colega meu e ele quis justificar dizendo que "ah, você não sabe, de repente coça". ó, vou dizer que no calor, o das mulheres também pode coçar, a calcinha pode entrar na bunda, o absorvente incomodar, os pêlos estarem crescendo ou encravados, a pessoa estar com chato, mas vocês não veem as mulheres por aí se ajeitando de 2 em 2 minutos na frente de todo mundo, certo? e só piora se você está em cima de um tablado dando aula, com todas as atenções voltadas para você.

- gente que é ótima pra tomar suas anotações emprestadas, mas que não empresta as próprias (graças a deus não tive esta experiência recentemente).

- o colega que faz perguntas completamente idiotas. se você está no nível MOBRAL, não tenho culpa, mas ficar querendo explicações nível graduação quando não se está nela é foda.

- aquelas pessoas que parecem que têm que repetir o que o professor disse, para si mesmas, para conseguirem internalizar. deve ser alguma técnica de fixação, mas é muito chato sentar perto de uma dessas pessoas e ficar ouvindo a aula "com écquio" (/seucreisson). se você é assim, grave a aula e use sua técnica quando estiver no seu quarto.

- professores que usam a frase "vocês estão conseguindo acompanhar?" como vírgula, sendo que estão falando do assunto no nível children 1. eu fico achando que o cara é condescente com os "pobres aluninhos" que não sabem nada, e me revolto mesmo.

- professores que querem que TODOS os alunos fiquem em TODAS as aulas com cara de "comercial de margarina", e não com cara de cansados/entediados/sonolentos/odiando ter aula domingo.

fica parecendo que eu odeio as aulas e os coleguinhas com todas as minhas forças, mas não é assim. essas coisas chatas costumam ser exceção, os professores em geral conseguem motivar os alunos sem achar que eles têm que achar que é o programa do século assistir aulas, e os colegas acabam sendo gente boa. ainda bem, né?

3 comentários:

fabiana disse...

Cara, só de pensar eu tipo, corro para as montanhas! Ecow!

E tem ainda aquele que acha que sabe mais que o professor, néam?!

Caminhante disse...

Você esqueceu de mencionar aquela pessoa que adora ter dúvidas fundamentais nos últimos 5 minutos de aula. Grrrrrrr!

carolina disse...

faltou o bonitão que anda com a CLT na mão, pq discutir com o professor não é o suficiente. tem que discutir com o coleguinha também, de preferência na hora do intervalo, quando tudo que vc não quer ouvir é sobre os questionamentos que ele tem A NÍVEL DOS operadores de telemarketing.


pronto, desabafei.