Páginas

domingo, 11 de maio de 2008

show de rufus wainwright - eu fui!

(dedico esse post a dudu f. [drogado e prostituído], que me mandou um scrap que dizia assim: "se ele cantar 'hes not heavy hes my brother' ou 'tulsa' ou 'release the stars' ou qualquer uma, lembre de mim.")

tem horas que a gente muito planeja e as coisas não saem como gostaríamos. e tem as vezes, deliciosas, quando resolvemos algo de última hora e acaba dando tudo lindamente certo. foi assim que eu fui, na sexta passada, parar no show de rufus wainwright.

graças a ter, quinta de noite, falado com um amigo que disse que uma amiga em comum estava vindo pra são paulo e que eles iam para o show, eu fui correndo ver se tinha ingresso. tinha, comprei e, confesso, preferia que o show fosse com banda (seria piano, voz e violão).

na sexta de noite, saí de casa mais tarde do que planejava - sendo que era o dia do engarrafamento recorde de são paulo (sinceramente, quem entende? não estava chovendo, não era véspera de feriado, nem tinha papa na cidade...). passei um pouco de nervoso, mas tive a sorte de pegar um motorista de táxi espertíssimo e que foi a vida toda pelo corredor de ônibus. assim, não tive percalços; cheguei lá, peguei meu ingresso na bilheteria e entrei.

ah, quem foi o idiota que não avisou que martha wainwright ia fazer mini show antes (o show de rufus tava marcado pra começar 21:30h, entrei 21:15h e ela estava cantando)? ela também é boa, gostei da menina e de suas canções.

o show de rufus atrasou aquela meia hora básica que permite que as pessoas CHEGUEM (são paulo, sexta feira de noite, you got the point), começou com ele ao piano cantando grey gardens, e, surpresa: os arranjos minimalistas permitem que você ouça realmente a música, entenda a letra e aprecie a voz dele. coisas que um show com banda impossibilitaria.

outra surpresa: rufus é MEGA carismático. ele conversa com a platéia, é engraçado, e passa daí para o dramático com uma facilidade de ator. é impressionante. além de tocar bem piano e violão, e de ter gestos de diva (considerando que ele é assumidamente gay e que fez um show réplica de um show de judy garland, esse é um grande elogio).

umas duas vezes parou a música e disse "vou começar de novo" por causa de algum errinho cometido. esse tipo de situação só faz com que você (no caso, eu), que está ali sentada em êxtase, se sinta como numa sala de estar gigante de uma casa, participando de um momento extremamente íntimo, como se ele estivesse ali, no sofá do seu lado, cantando numa semi serenata - mas cantando músicas lindas de morrer, e não o que normalmente se toca nessas horas: andanças, djavan e legião urbana. ele fez guitarra vocal em california, ele teve um momento "vamos brincar de teatro", dizendo à platéia para imaginar que estávamos em "um bonde chamado desejo" e ele era stella (claro) e nós tínhamos que dizer "i love you, stella". aí ele fez a cara mais stella do mundo e começou, seríssimo, a cantar "not ready to love".

o show teve momentos de participação da irmã martha, do cunhado brad (tocando baixo), e da mãe, kate mc garrigle, tocando piano. teve até a mãe cantando "manhã de carnaval" em português (o que me faz pensar que se um dia eu virar cantora, não vou inventar de cantar nada numa língua que não conheça, porque quem é native speaker fica achando surreal aquele sotaque).

e, pelo menos pra mim, foi mágico ele ter cantado "over the rainbow". entendam, eu adoro essa música, muito, muito, muito, a ponto de ter várias versões dela, cantada por vários intérpretes. quando no bis, kate começou a tocar as notas introdutórias da música no piano, eu confesso, fui como que transportada a outro lugar, e tive que enxugar duas lagriminhas safadas.

foi simplesmente perfeito. de lá, ainda saí para comer com uns amigos, e esta foi uma noite para coroar com chave de ouro esses meus 8 anos em são paulo que se encerram na quarta feira próxima.

ah, aqui está o set list:

grey gardens
this love affair
beauty mark
sanssouci
rebel prince
california
not ready to love
the art teacher
who are you (in?) new york (nova)
matinee idol
nobody's off the hook
in my arms
manhã de carnaval
if love were all
going to a town
little sister
zebulon (nova)
cigarettes & chocolate milk

BIS
poses
hallelujah
over the rainbow
foolish love

4 comentários:

Quéroul disse...

que post bonito.
e não conheço muito rufus, não lembro direito.

beiijo pra tu.

Anônimo disse...

caí dura aqui de inveja.

:~

Anônimo disse...

nossa, que lindo. eu teria adorado. a única coisa dele que eu não gostaria de ter visto era a remontagem do show da judy garland. acho que maculou um pouco o mito da cousa. ouvi o disco uma vez e deu. mas, de resto, uma diva dessas cantando cigarettes and chocolate milk, presumo eu, com roupa de ombreira lantejoulada (confirme), would make my day.

très julie disse...

eu ADORARIA ter visto o show rufus does judy. mas ela nunca foi um mito pra mim, então...

e a roupa dele era paletó xadrez, camisa aberta, um broche e um colar meio escalafobético. mas eu confesso que não vi, do meu lugar, que a camisa estava aberta e que tinha colar. tem fotos aqui:
http://musica.uol.com.br/album/
rufus_album.jhtm?abrefoto=4

(cole tudo na mesma linha, quebrei assim pra não dar problema no link)