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terça-feira, 6 de maio de 2008

faxáina

e eu estou total na fase de me desfazer de coisas, porque estou de mudança. aí que, limpando meu quarto em salvador, eu encontrei:

- 2 recortes de jornal de cartas que eu, adolescente, escrevi, "denunciando": 1) o descaso da fundação onda azul; 2) a falta de policiamento perto do meu ex colégio, por conta de um assalto que ocorreu numa lanchonete próxima. esta última continha a seguinte frase: "uma de minhas melhores amigas foi ameaçada por um meliante com uma arma". sem comentários.

- uma pasta contendo as minhas provas do 1º colegial (não entendo porque isso estava lá, visto que já dei fim em todo o meu material do colégio e até da faculdade).

- fotos da minha viagem ao méxico, em 1998, que eu coloquei em páginas coloridas, com cantoneiras, e nunca encadernei. nessas fotos, é possível perceber que eu era magra, e também que pintava o cabelo de quase laranja.

- faixas que fizeram para uma festa surpresa, para mim, em 1997 (naquele programa que a gente tinha para imprimir cartões, faixas e banners, e que ficava medonho quando a impressora era matricial).

- várias reportagens sobre o filme "sociedade dos poetas mortos", que foi o meu preferido durante muito tempo.

- 5 pastas de papel de carta (com os papéis de carta), incluindo uma só com os importados.

- meu álbum de formatura do colégio (emocionei).

- as agendas que eu fiz de 1992 a 1995 (já joguei as 2 últimas fora), que são totalmente VERGONHA PRÓPRIA. muito medo da adolescente que eu era, e como eu era dramática, meu deus.

- o script de 41 páginas manuscritas da peça sobre mitologia grega que fizemos no 1º colegial para a aula de literatura (escrito, claro, por mim). essa peça foi sensacional, porque começou sendo concebida como toda séria e no fim, virou um grande musical escolar em que narciso entrava dançando estilo elvis, o inferno era uma discoteca, e um dos personagens ainda dizia "eu sou teseu, filho de egeu, neto de antônio carlos magalhães!".

... além de 1 milhão de fitas cassete variadas.

gente, por que a gente junta coisas? guardar algumas lembranças é legal, mas sejam sinceros: quantas vezes elas resistem à faxina seguinte? por que a gente não pode simplesmente jogar as coisas fora já prevendo que não tem cabimento guardar aquilo?

eu tenho que me policiar, porque até minha bolsa é um buraco negro (até porque como eu não jogo papel na rua, eu deixo eles lá para jogar fora em casa, e quem disse que eu lembro depois?). mas ando tentando adotar o seguinte comportamento: ganhei algo, não vou usar, terceirizo imediatamente, se não for possível trocar. ou jogo fora, se não servir para ninguém. porque é um tal de lembrancinha de casamento, de nascimento, de aniversário de criança, de chá de cozinha, de dia da mulher, coisas que você ganha de presente e fica sem coragem de dar fim, e, quando você vê, tem vontade de sair correndo daquela prateleira kitsch da sua estante.

agora, então, estou totalmente na fase "rasgar papel, tirar roupas, tirar sapatos, tirar bolsas, tirar livros, reduzir, reduzir, reduzir". e isso não é fácil para uma pessoa como eu. mas, por outro lado, quem precisa de 8 cachecóis em salvador?

11 comentários:

paula disse...

Nesse critério 8 cachecóis, joga no lixo lá de casa! ;)

fabiana disse...

Aceito a doação dos cachecóis!

Eu vivo esbarrando com coisas do meu passado. Cara, me emociono e na maioria das vezes fico rindo da minha vida rídícula de adolescente! Mas, eram bons tempos...

Anônimo disse...

Epa, tb tô na fila dos cachecois!!!
Em SP eles são mega úteis :)
Ah, e das outras coisas tb (tirando as lembrancinhas de casamento, claro ehehe)

très julie disse...

gente, eu posso doar alguns cachecóis, mas pretendo levar o grosso das roupas para um brechó. se acalmem!

Unknown disse...

Eu fiquei interessada no script!

Anônimo disse...

droga.....

Anônimo disse...

eu preciso sempre tirar coisas fora, muito. sou o típico canceriano saudosista. se ficar guardando fotinhas e cartõezinhos, me fôdo. mas também tem aquela coisa (vai parecer contraditório) de querer deixar coisas pra trás e dar arelura-grólha-deus por ter vivido certas coisas e enterrado.

apesar disso, na casa da minha mãe ainda tenho até cadernos de enquetes daqueles do ginásio com uma pergunta por página que todo mundo ia respondendo "idem ao anterior", o verdadeiro precursor dos odiosos [1], [2] e [3] em posts copiados e colados no orkut.

o que me mata é achar no guarda-roupa aquele sapato outrora maravilhoso que de tão bonito não tinha onde usar em 98 (no campus da usp e seu voto de pobreza é que não ia, concorda?) e hoje, ainda novo, é o mais fora de moda e de propósito de dignidade do universo. porque eu guardo tudo.

choquei foi com um amigo outro dia. veio pra cá trazendo do brasil um casaco com ombreiras simone, que ele comprou há uns 15 anos e não tinha conhecido ainda frio que justificasse. terrível, mas entendo: é um sonho de verão dele poder usar aquele casaco em algum inverno.

de resto, foto digital deleto tudo depois de uns 2 anos, sem cópia. passou, morreu, não quero me ver com sobretudo turma do didi nem mullet e nem topete carijó.

paula disse...

"choquei foi com um amigo outro dia. veio pra cá trazendo do brasil um casaco com ombreiras simone, que ele comprou há uns 15 anos e não tinha conhecido ainda frio que justificasse. terrível, mas entendo: é um sonho de verão dele poder usar aquele casaco em algum inverno."

HAHAHAHAHAHAHAHA

"gente, eu posso doar alguns cachecóis, mas pretendo levar o grosso das roupas para um brechó. se acalmem!"

Que Puxa! (com voz e entonação de Charlie Brown)

très julie disse...

esse parágrafo do casaco com ombreiras simone made my day. ri demais!

caderno de enquete eu acho que só respondi, nunca tive os meus.

e roupas e sapatos eu tiro mesmo, sem dó. dessa vez está sendo diferente porque são coisas que eu gosto e uso, mas não vou usar mais...

Anônimo disse...

em salvador eu não sei, mas aqui em casa faz um frio danado...

Anônimo disse...

sou eu, poli, eu quero os casacos de ombreiras!!!!!