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domingo, 25 de setembro de 2011

minhas memórias com o R.E.M.

quarta passada, dia 21/09/2011, o R.E.M. anunciou o fim da banda, depois de mais de 30 anos tocando. eu adoro o R.E.M. desde que ouvi losing my religion, e o 1º álbum deles que eu comprei e ouvi foi o out of time, justamente por causa de losing my religion.

não tenho nenhuma pretensão de escrever um texto técnico, ou mesmo informativo, sobre o assunto. nem seria necessário, pois sei que muitas "viúvas" da banda fizeram ou estão fazendo isso, e serão infinitamente mais competentes que eu nesta tarefa.

mas, por outro lado, não quero deixar passar em branco este acontecimento. na hora em que eu recebi a notícia, fiquei mal, confesso. ainda tinha a nem tão secreta esperança de ver outro show da banda, já que o que vi no rock in rio de 2001 me pegou numa fase não tão fã da banda (e contribuiu para que eu fosse atrás de discos dos caras que não fossem out of time, up e automatic for the people).

losing my religion, claro, é a música mais conhecida da banda. me lembro de momentos colegiais com paulo, que era meu amigo (e, como dizia minha mãe "mobília lá de casa") tocando ela no violão e a gente sentado na porta do santuário de fátima, no colégio, cantando. porque a letra veio numa capricho ou teve quem aprendeu na aula de inglês, mas tinha que saber cantar.

no mesmo disco, tem shiny happy people, que é música de pular e dançar e ser feliz cantando. e eu tenho uma lembrança do aniversário de leo, primo querido de uma amiga querida de SP, num sítio, e a gente dançando isso na sala/varanda, e isso foi mais de 10 anos depois do lançamento do out of time.

me lembro também do show no rock in rio 3, em 2001. um calor horroroso (que eu relembrei nesses 2 últimos dias no DF, vulgo, deserto federal), última apresentação da noite, depois de beck (que eu amo mas que fez um show meia boca) e dos foo fighters (também sou viúva do nirvana), e nem era um show que levantaria a galera, mas foi antológico. eu estava morta de cansaço e, ainda por cima, menstruada, e sem nenhuma alma amiga feminina para me dar apoio no momento, mas lembro de michael stipe super carismático e feliz por estar tocando ali, e ainda tomando caipirinha que um garçom trouxe para o palco, e a plateia toda cantando junto, absurdada por estar vivendo aquele momento. e lembro também que ele cantou, antes do lançamento do reveal, she just wants to be, e nem é das minhas preferidas, mas ter vivido o momento de uma banda entregando o ouro do seu próximo cd tem algo de mágico.

o R.E.M. esteve presente em vários momentos importantes da minha vida. por exemplo, quando eu, nascida super míope e astigmática, criança usuária de óculos horrendos com lentes grossas, finalmente operei os olhos, em 1999, não podia, por alguns dias pós-cirúrgicos, ler ou ver TV. e ferraz, sempre ele, que me apresentou a várias das bandas que eu mais amo na vida, foi me visitar e levou o up pra eu ouvir e me fazer companhia nos momentos pós-operatórios, acho que porque eu tinha dito a ele que vi o clip de lotus na MTV e estava apaixonada pela música. e depois, porque eu continuei com o disco, ele me mandou um e-mail falando um pouco sobre as músicas de que ele mais gostava e dizendo o motivo (lembro dele dizendo que at my most beautiful tinha letra linda, bateria militar e vocais estilo beach boys e que daysleeper era a música dele, que sempre foi meio criatura da noite). e eu me apaixonei pelo álbum e, de vez em quando, tenho surtos de lembrar da letra de hope e de que tem alguma coisa de réptil no meu DNA (nem que seja porque eu brinco que sou pecilotérmica porque sinto menos frio que a maioria das pessoas). e ainda queria encontrar alguém que cantasse at my most beautiful pra mim nessa vida, claro.

e lotus, que eu acho alice no país das maravilhas (que eu amo), e que, no dia de hoje, quando se encerrou o ciclo sem chuva, soa tão proférica? let it rain, rain, rain / bring my happy back again, e eu sempre vou lembrar da minha 1ª seca em brasília e do dia em que choveu, R.E.M. de novo nas minhas memórias.

sobretudo, o R.E.M. vai sempre me lembrar ferraz e tudo ao que ele me apresentou, como o sonic youth (ele me emprestou o experimental jet set, trash and no star), pixies, morphine (ele gravou um cd pra mim em 1997, acho, que tinha APENAS 4 músicas do morphine, porque não dava pra botar só uma), neil young, teenage fanclub, jeff buckley, beck e são tantas coisas, tantos discos, quadrinhos (moonshadow, sandman, e no meu aniversário passado, me deu como uma luva de veludo moldada em ferro) , filmes, sempre um olhar diferente e que só ele poderia dar sobre alguma coisa qualquer... enfim, desejo que todo mundo possa ter na sua vida um amigo que faz esse papel importante de nos despertar a atenção para coisas que, depois, se tornam nossas preferidas. e pra quem você vai mandar mensagem de texto quando alguma banda querida acabar, e sofrer junto.

mas já que o foco principal é o R.E.M., acho dygno e importante deixar alguns links de músicas que eu adoro da banda, pra prestar o necessário tributo a quem tantas alegrias me trouxe.

lotus



electrolite



at my most beautiful



e de vez em quando, é bom lembrar que everybody hurts sometimes.

Um comentário:

Kinha disse...

Ain amiga, sofro contigo. Não tenho um Ferraz mas espero ser o Ferraz de alguém ainda nessa vida. E como me dói não ter tido a sorte que você teve de assistir à um show do REM.

Beijos